Agosto chega com novidades no mercado nacional de quadrinhos. Em tempo de recessão, o negócio é adequar-se à realidade. E nem mesmo os super-heróis, por mais poderosos que sejam, estão imunes a isso.
Com o propósito de manter o interesse dos atuais leitores e atrair novos adeptos, a Panini Comics, detentora dos direitos de publicação no Brasil dos personagens da DC Comics e Marvel Comics, está anunciando a adoção de preços mais acessíveis e edições em novo formato, com a mesma periodicidade e a garantia da qualidade editorial apresentada até aqui. Assim, a partir do mês de agosto, todas as revistas sob o selo Panini passam a ter o formato original americano (17 x 26cm), com preços a partir de R$ 1,99 (!) o exemplar.
Terceira experiência
Quando assumiu os heróis Marvel, em janeiro de 2002, e, oito meses depois, adotou também os personagens do Universo DC, a editora inaugurou o que denominou “Formato Panini” ou “Millennium” (19,7 x 27,6cm), com capas cartonadas e miolo de 96 páginas, impressas em papel LWC, ao preço de R$ 7,50
Ainda em setembro, foi lançada a chamada “Linha Econômica”, com revistas (Marvel Knights, Quarteto Fantástico & Capitão Marvel, Hulk & Demolidor, Marvel Mangaverso, etc) de 52 páginas, em tamanho um pouco menor (15 x 24,5cm).
Agora, a opção está sendo pelo formato original das edições americanas, a um custo mais barato, a fim de possibilitar o encaixe do maior número de gibis no orçamento dos leitores nacionais. Esta, pelo menos, é a intenção.
Outras alterações
Mas a mudança não se restringe só aos preços e formatos. Novos títulos serão acrescentados ao leque de ofertas, alguns dos quais, assim como as edições especiais e minisséries sem impacto direto na cronologia dos personagens, terão distribuição setorizada, chegando primeiro às bancas de São Paulo e Rio de Janeiro (como já tentara, sem sucesso, a Editora Abril, em seus últimos tempos de super-heróis).
Segundo Marco Lupoi, diretor editorial e de licenciamentos da Panini Publishing, a medida foi tomada para “permitir que bancas até então deficitárias de alguns de nossos produtos possam ter a chance de recebê-los”.
Como poucos devem ter entendido a “explicação”, vale acrescentar que os que não tiveram paciência para esperar, restará a opção das lojas especializadas e gibiterias (como a curitibana Itiban Comic Shop), que deverão receber as revistas antecipadamente. Ou poderão recorrer ao sistema online de vendas, pelo webside da Panini, ou ainda por uma operação especial desenvolvida através do serviço Disck-Banca da distribuidora Fernando Chinaglia.
Novo esquema
Todas as revistas de linha da editora -Homem-Aranha, X-Men, X-Men Extra, Marvel 2003, Marvel Millennium: Homem-Aranha, Batman, Superman e Liga da Justiça) continuam com a mesma estrutura: 100 páginas (incluindo capas), com o mesmo papel até aqui utilizado. As mudanças estarão no preço, dimensões e na capa, que passa a ser em papel couchê 150g envernizado. O preço caiu 20%: de R$ 7,50 passou para R$ 6,00 o exemplar.
A “linha econômica” (Hulk & Demolidor, Justiceiro & Elektra, Quarteto Fantástico & Capitão Marvel, além da minissérie Agente X), também manterá a atual estrutura de 52 páginas, com capa em papel couchê de 150g envernizada e miolo em papel Pisa Brite 52g, ao preço de R$ 2,90 (antes, era R$ 4,00).
Marvel Apresenta prossegue com periodicidade bimensal, com 100 páginas e o mesmo acabamento dos títulos acima. Preço: R$ 5,30. Marvel Mangaverso encerra sua atividade na edição deste mês, que para não prejudicar a coleção, permanecerá inalterada (15 x 24,5cm e R$ 4,00).
As novidades
Além dos títulos regulares já existentes, a Panini Comics promete o lançamento das séries Thundercats, Transformers e Robotech. As revistas terão 24 páginas impressas em papel Pisa Brite e capa em couchê, com custo de R$ 1,99. Ao novo grupo será agregado o título Liga da Justiça – O Desenho da TV, versão animated dos maiores heróis da DC.
Mas a grande novidade do semestre chegará aos leitores em setembro. Terá 76 páginas e conterá histórias do polêmico selo Max, dedicado ao público adulto. A revista será encabeçada pela série Alias, de Brian Michael Bendis – bicampeã do prêmio Eisner, na categoria melhor escritor. O curioso dessa série é a presença em cena de Jessica Jones, que tentou fazer carreira como super-heroína, mas não era talhada para o ofício. Outra curiosidade: a primeira edição contém cenas de sexo entre a jovem e Luke Cage e chegou a ser barrada na gráfica por isso.
Como complemento, Marvel MAX trará Black Widow, de Greg Rucka e Igor Kordey; Cage, de Brian Azzarello e Richard Corben; e Shang Chi: Mestre do Kung Fu, de Doug Moench e Paul Gulacy.
Outro novo título importante será Arma X (48 páginas), integrado ao núcleo de herói mutantes, liderado pelo X-Men. A revista oferecerá duas histórias por edição, retiradas do título Weapon X.
Por fim, auspiciosa também é a notícia da volta de Wizard, que já teve edição nacional, algum tempo atrás, em duas tentativas frustradas. Desta feita, além de notícias, artigos, reportagens e entrevistas sobre as HQs, a revista será complementada com mais de 40 páginas de quadrinhos inéditos (dos selos Marvel, DC e outros). A periodicidade, formato e preço da publicação não foram ainda revelados.
Batman sai na frente com “Silêncio”, de Jim Lee
Como de costume, o “abre-alas” da nova fase das publicações Panini no Brasil será o Cavaleiro das Trevas, em Batman 9. E a aventura escolhida foi o início da seqüência de histórias intitulada Silêncio (Hush), ilustrada pelo notável artista sul-coreano Jim Lee, que, depois de graduar-se em medicina, decidiu trocar o estetoscópio pelo pincel e realizar o velho sonho infantil de desenhar quadrinhos. O argumento é de Jeph Loeb.
A série Silêncio recolocou o Homem-Morcego no topo da lista dos gibis mais vendidos nos Estados Unidos. E também foi aplaudida pela unanimidade da crítica americana. Quem já viu, garante que é imperdível.
Em seguida, vem Superman – Dia do Juízo Final, quando Ty Duffy, um novo repórter do Planeta Diário, recebe a missão de escrever uma matéria sobre os dez anos da morte de Superman.
Outras atrações: Hulk: Futuro Incerto, edição especial, escrita por Peter David e magistralmente desenhada pelo notável George Pérez; Supergirl – Os Últimos Dias, com a volta de Kara Zor-El, prima de Superman, minissérie especial com roteiro de Peter David e a arte do brasileiro Ed Benes; e Batman – Bruce Wayne: Fugitivo 2, ambientada três meses depois de Bruce Wayne haver fugido da prisão, quando os Vigilantes de Gotham enfim concluem que seu mentor foi vítima de uma grande cilada.