Suíte Gargalhadas

Suíte Gargalhadas (José Olympio Editora, 204 páginas) reúne histórias divertidas que Henrique Cazes colecionou ao longo de 25 anos. O autor iniciou na música pela porta do humor: participou de shows, hoje antológicos, cuja proposta era mesclar bom repertório e casos hilariantes sobre o meio musical, que divertiam muito a platéia e, ao mesmo tempo, traziam de volta grandes compositores brasileiros, alguns esquecidos. Como uma conversa de botequim, Henrique testou e aprovou suas histórias com alguns companheiros.

Casas lotadas e muitas gargalhadas depois, Henrique Cazes percebeu que tinha um material raro: o registro de toda uma época de ouro da música brasileira e de seus músicos, que só o pessoal do meio conhecia. Daí foi um passo para transformar essas histórias em livro. O resultado não podia ser outro: um volume recheado de fatos curiosos.

Hoje, músico profissional dos mais experientes e um pesquisador dos mais importantes, Henrique tornou-se referência entre os músicos.

“Quando escrevi o livro Choro – Do Quintal ao Municipal, que saiu em 98, procurei pontuar a pesquisa histórica com casos divertidos. Gostei tanto de escrever esses casos, que pensei em fazer um livro só deles”, esclareceu.

Em Suíte Gargalhadas desfilam personagens famosos e anônimos. Gente como o genial maestro Radamés Gnattali (com que Henrique Cazes conviveu e trabalhou), Aracy de Almeida (conhecida por suas tiradas picantes e imprevisíveis), Ary Barroso (famoso por seu temperamento ácido), Hermeto Paschoal, Pixinguinha, Noel Rosa, entre outros. Claro que não podia faltar o conjunto Coisas Nossas (onde o autor começou profissionalmente), testemunha ao vivo de muitas passagens. O estilo de Henrique é leve, descontraído, “escrevendo com quem fala”, uma crônica da vida musical. Mas um compromisso foi levado à risca: a maior parte das histórias são verdadeiras – por mais estranhas que possam parecer – de situações inusitadas que, graças ao ouvido atento do autor, não foram perdidas e sim contadas da maneira mais engraçada. É isso que o leitor tem em mão. Um livro sobre o lado engraçado dos palcos e das coxias, dos ensaios e das apresentações. O que torna Suíte Gargalhadas um livro único, um olhar irreverente, que revela fatos que não estão nas partituras.

O livro traz ainda ilustrações de Redi, um craque do humor, que morou por vinte anos em Nova York e, como aconteceu em publicações brasileiras, alegrou muito americano nas páginas do The New York Times. Uma “dobradinha” no mesmo tom, unindo inteligência e muita picardia a serviço do (melhor) humor.

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