Começa hoje e vai até o dia16 de fevereiro a 1.ª Mostra de Teatro de Curitiba, iniciativa da Fundação Cultural de Curitiba que promove a reapresentação, com ingressos a 2 reais, das seis melhores produções locais de 2002, selecionadas por uma comissão de análise entre as montagens inscritas em edital da Comissão do Fundo Municipal de Cultura.

As top six, escolhidas pela comissão composta pela assessora de teatro do Sesc paulistano, Marta Colabone, e por Roberta Oliveira, jornalista de O Globo, são os seguintes: Motion do diretor Maurício Vogue; O Conto da Ilha Desconhecida, baseada no conto de José Saramago, com direção de Fátima Ortiz; O Anjo do Pé de Gengibre, direção de Rafael Camargo; Valsa n.º 6, da obra de Nelson Rodrigues, direção de Emerson Rechenberg; A Volta ao Dia…, inspirado em Júlio Cortázar, direção de Márcio Abreu e o espetáculo Arena, dirigido por João Paulo Leão.

As peças estarão em cartaz na sede do Jeep Clube de Curitiba (R. Nelson de Souza Pinto, 1298), no Espaço Cultural Pé no Palco (Rua João Negrão, 2340 Rebouças), no Teatro Cleon Jacques (Centro de Criatividade Parque São Lourenço) e no Teatro Londrina (Memorial de Curitiba Setor Histórico).

O coordenador de teatro da FCC, Edson Bueno, informa que ss espetáculos receberão, durante suas apresentações, toda infra-estrutura de luz, som, espaço e divulgação, além de uma premiação em dinheiro para as categorias melhor espetáculo, melhor diretor, melhor atriz e melhor ator.

Motion, que abre a Mostra hoje, fica no Jeep Clube até o dia 20, com sessões às 21h (domingo às 20h). Com direção de Maurício Vogue, o espetáculo de dança-teatro pesquisa temas do cotidiano como tédio, sociedade, miséria humana, relacionamentos, e sentimentos como amor, ódio, incompreensão, alienação. Tudo isso como produto da memória de um jovem músico que conduz os sentimentos de acordo com o caos de suas lembranças e o desenrolar de seus sentimentos e sensações.

O próximo da fila é O Conto da Ilha Desconhecida, que fica em cartaz de 22 a 26 de janeiro no Espaço Cultural Pé no Palco, nos mesmos horários. Da obra de José Saramago, a peça foi adaptada pela diretora Fátima Ortiz. Numa viagem que pode ser um fato ou um sonho existencial, o que é característico de Saramago, um homem procura uma ilha desconhecida. Na longa trajetória, ele é acompanhado por uma mulher que compartilha suas inquietações filosóficas. O espetáculo foi destaque no Festival de Teatro de Curitiba 2002, numa parceria entre os grupos Circulo de Encenações e Pé no Palco, que trabalham juntos desde 1998.

De 30 de janeiro a 3 de fevereiro, entra em cartaz no Cleo Jacques O Anjo do Pé de Gengibre, texto e direção de Rafael Camargo. O trabalho utiliza-se do imaginário popular e da linguagem de teatro pavilhão para discorrer sobre a metáfora da existência, brincando de gato e rato subvertendo a ordem cronológica do tempo. Acontecendo simultaneamente, passado, futuro e presente interagem apontando novas possibilidade, sendo conseqüência e o ato um ciclo, uma roda viva, um moto contínuo da vida.

Nelson Rodrigues marca presença na mostra com Valsa n.º 6, de 5 a 9 de fevereiro no Teatro Londrina, com direção de Emerson Rechenberg. Aqui Nelson experimenta uma nova forma teatral: o monólogo. Nele, Sônia (Maíra Weber) tenta se lembrar de quem foi e de como transcorreram sua vida e sua morte. As figuras que foram importantes na sua vida também vão sendo reconstruídas, pouco a pouco, no atropelo de suas recordações. Ela vê sua própria existência desdobrada em duas figuras: a menina e a mulher que entram em conflito, facetas às vezes inimigas e rivais, durante a adolescência.

O próximo espetáculo é A Volta ao Dia…, texto e direção de Márcio Abreu, que fica em cartaz de 6 a 10 de fevereiro no Cleon Jacques. Inspirado no conto de Julio Cortázar, a peça estreou no dia 12 de abril do ano passado na Casa Vermelha com o nome de Volta ao Dia em Oitenta Mundos, mas por problemas autorais, o título foi reduzido. Duas atrizes (Maureen Miranda e Christiane de Macedo), dirigidas por Márcio Abreu, dividem o palco durante todo o espetáculo. Este traz um discurso não linear de um fluxo racional de pensamento entrecortado por imagens, atitudes cotidianas e sentimentos que apontam na direção das incertezas e contradições de duas mulheres que não se conhecem e que se encontram casualmente num apartamento onde nunca haviam estado antes.

Fechando a mostra, de 12 a 16 de fevereiro, no mesmo Cleon Jacques, a Companhia do Drama 2 apresenta Arena, de João Paulo Leão. O espetáculo narra um seqüestro feito por um jovem da classe média, por um princípio banal. Seqüestrador utiliza de todos os seus argumentos para justificar sua atitude junto ao seqüestrado. Este por sua vez, um executivo, advogado, também recorre aos seus conhecimentos profissionais para tentar safar-se da situação.

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