Suave e cristalino, porém eletrônico

Elegante no som e na postura, o Madredeus surge com os mesmos atributos no CD Electronico (EMI). A sugestão de parafernália do título causa um susto aparente. Mas só mesmo na aparência, pois não há máquina capaz de ofuscar as filigranas das cordas da voz de Teresa Salgueiro e das guitarras acústicas do grupo lusitano.

Madredeus Electronico é uma viagem por vários mundos em treze faixas capturadas de álbuns anteriores, como O Espírito da Paz, em 1994, Ainda, de 95, O Paraíso, de 97, e Movimento, do ano passado, além de Antologia, do ano 2000.

A delicadeza do Madredeus permitiu-se confronto com a parafernália dos DJs e engenheiros de som. Al Johnson, produtor da faixa Ao Longe do Mar, justifica o feito: “Existe uma carga de paixão e emoção na música dos Madredeus que muitas vezes não se encontra no mundo contemporâneo, e é sempre interessante criar justaposição entre tons modernos e outros mais tradicionais”. Além do mais, como ele mesmo diz, “a música do Madredeus tem uma riqueza que merece ser mostrada ao maior número de pessoas possível”.

Cada faixa teve um remixador, proveniente de várias correntes dance e eletrônica e de países diferentes, tais como Bélgica, Noruega, Inglaterra e Dinamarca. O “papa” Craig Armstrong, da Escócia, por sinal, observa sobre os músicos do Madredeus: “Penso que eles têm a mesma sensibilidade para a melancolia e para a saudade que tento transmitir nas minhas peças orquestrais, mas ao mesmo tempo, a música deles é muito bela e mais otimista”.

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