Suave amadurecimento de Marisa

A noite curitibana de anteontem teve um brilho particular para quem pôde ir ao Teatro Guaíra conferir a estréia da turnê Universo particular, da cantora Marisa Monte, com o apoio da Natura. Tomado por novos e antigos fãs que lotaram o Guaíra, no rosto de cada um que assistiu o show, o teatro emanava alegria, mesmo antes da musa subir ao palco.

Assim que a cantora e os nove músicos que a acompanhavam apareceram para o público, e os holofotes apontaram para o centro do palco, a platéia entrou em estado de graça e a salva de palmas ecoou pelo salão. O mesmo aconteceu ontem e deve se repetir hoje. Os ingressos já estão esgotados. A apresentação conta com uma superprodução assinada por Cíntia Carvalho e Suely Aguiar.

Aos 38 anos de idade e com dois filhos, Marisa Monte esbanjou boa forma e cantou todo o repertório com uma tranqüilidade e tamanha suavidade que nem parecia fazer força. Suave, a voz simplesmente saía. Somente entre uma música e outra, enquanto falava com o público, ela ofegava tomando novo fôlego. Namorando com o samba, em Universo ao meu redor; Marisa presta homenagem aos compositores da Velha Guarda e seu jeito puro de fazer samba; contudo, no show foi clara ao expressar o que sente pelo gênero. ?O samba não depende de credo, raça ou região, ele está dentro de cada um que gosta e se manifesta a sua maneira. Agora vou cantar um samba de uma artista gaúcha chamada Adriana Calcanhoto.? E vai saber? foi cantada.

Diversos telões luminosos (com 3 metros de altura por 2 de largura, aproximadamente), que se moviam nas laterais do palco, proporcionaram um show de luzes e sombras criando harmonia entre cenário e som. O repertório musical trouxe novidades dos dois últimos álbuns, Universo ao meu redor e Infinito particular, além de uma série de sucessos já conhecidos do público como: Maria de verdade, Velha infância, Ao meu redor e Já sei namorar, já no bis. Além das luzes, em algumas canções um telão localizado ao fundo e na frente do palco reproduzia vídeos e também cenas em tempo real, como em Meu canário, do álbum Universo ao meu redor. A produção colocou no palco uma gaiola com formas em papel, que flutuavam simulando o movimento de um canário. Marisa cantava e encenava um diálogo com a ?ave??.

O público acompanhou uma Marisa madura, confiante e ainda mais Marisa do que nunca. Durante a maior parte do show, ela também tocou violão e ukelele. Com traços do Tribalistas, algumas músicas ganharam corpo com à densidade que os arranjadores criaram para o acompanhamento de fagote, violoncelo, trompete e violino, executados por Juliano Barbosa, Marcus Ribeiro, Maico Lopes e Pedro Mibielli, respectivamente. Mesmo sendo uma estréia, o quarteto esteve em sincronia com Dadi (violão, guitarra e baixo), Marcelo Costa (bateria e percussão), Mauro Diniz (cavaquinho e violão), Pedro Baby (violão e guitarra) e Carlos Trilha (teclados e programações) durante toda apresentação. A noite foi um espetáculo para reafirmar as qualidades de Marisa, e que certamente vai ficar no coração de seus fãs.

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