De março até abril de 1957, o compositor e cronista Antônio Maria manteve um diário no qual registrava suas impressões, sentimentos e reflexões, nunca deixando de lado a autocrítica e a ironia. O Diário de Antônio Maria (Civilização Brasileira, 112 páginas) foi escrito com liberdade dos que não têm prazos, trazendo alguns dos melhores momentos do cronista pernambucano.

A edição foi organizada pelo jornalista Joaquim dos Santos, que repara: “O livro é um stript-tease existencial. Nunca um escritor brasileiro desse porte mostrou-se de tal maneira aos leitores. Um mergulho profundo nos conflitos de um homem sedutor, talentoso, com mulheres lindas aos seus pés, mas sempre devorado por uma profunda solidão, uma enorme carência afetiva”.

Só agora, levados a público, os textos apresentam um Maria no auge, tanto no campo profissional quanto no sentimental: produzia para o rádio e tevê, e ainda arrumava tempo para uma vida amorosa agitada. Entre as conquistas mais famosas está Danuza Leão, um ícone de beleza e inteligência carioca na década de 1960. O Diário mostra, além de um estilo raro na literatura brasileira, que a sensibilidade de Antônio Maria em crônicas e canções conhecidas pela dor de cotovelo, a fossa e a paixão mais eloqüente, era uma manifestação sincera de um homem que entregou sua vida a amar as mulheres e tentar compreendê-las.

Antônio Maria (1921-1964) deixou um legado em prosa acima de três mil crônicas. Simultâneo ao Diário, o jornalista Ferreira dos Santos lança também Benditas sejam as moças. da série As Crônicas de Antônio Maria (Civilização Brasileira). Aqui, 47 textos falam de um inevitável encontro: homem e mulher. Humor, inteligência e sensibilidade aliaram-se à narrativa de Antônio Maria para essas (e demais) crônicas. Leia.

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