‘Stifters Dinge’ é uma peça sem atores

Se a Mostra Internacional de Teatro de São Paulo (MITsp) tem espetáculos de grupo – como A Gaivota e As Irmãs Macaluso – ou monólogos – como Canção de Muito Longe -, também há espaço para uma peça sem atores. É esta a proposta de Stifters Dinge, com direção do alemão Heiner Goebbels.

Com cinco sessões a partir desta terça-feira, 10, o espetáculo é um misto de instalação com concerto. No ginásio do Sesc Ipiranga foi montado um maquinário com cinco pianos e um cenário com piscinas e projeções que lembram uma floresta. Tudo se move sozinho. O que há de mais humano ali são vozes gravadas, como a de entrevistas de Malcolm X e Lévi-Strauss.

“Minha intenção original era questionar a possibilidade de se criar uma peça sem atores”, explica Goebbels, que conversou com o jornal O Estado de S.Paulo por e-mail. “Cheguei a um espetáculo que não é baseado na admiração por um protagonista no qual nos espelhamos.” O diretor destaca que em Stifters Dinge os protagonistas são as luzes, os sons e até as cortinas.

O espetáculo faz parte de uma pesquisa de Goebbels sobre a estética da ausência. “Vi que é mais interessante que o público tenha a chance de se descobrir com algo que não está obviamente lá, no centro do palco”, afirma. Ele reproduz a frase que é comum ouvir do público: “Finalmente ninguém para me dizer o que pensar!” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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