Depois de Prenda-me, Se For Capaz, Steven Spielberg quis fazer um filme que levasse o público a rir e chorar. E acrescentou que, em épocas de crise como a atual, o cinema pode (ou deve?) ter uma função terapêutica, fazendo o público feliz. Você pode ficar feliz assistindo a O Terminal, mas é preciso colocar essa felicidade entre aspas. A rigor, não é um filme com final feliz. É para rir sem ser comédia; é para chorar sem ser dramalhão. O filme, que estréia hoje,é um corpo meio estranho na carreira de Spielberg – 22 anos depois, ele fez o remake disfarçado ou a nova versão de E.T. – O Extraterrestre.
Quando E.T. estreou nos cinemas, um admirador da saga do extraterrestre, o diretor Claude Lelouch, disse que Spielberg deveria ter recebido o Prêmio Nobel da Paz. Durante décadas, Hollywood contou histórias de extraterrestres do mal. É curioso que o filme esteja estreando no Brasil às vésperas da data do ataque terroristas às torres gêmeas, em Nova York. O fatídico 11 de setembro desencadeou um retorno à pior paranóia que Spielberg exorcizou em E.T.
A história de O Terminal é real. Ocorreu com um cidadão iraniano no aeroporto Charles De Gaulle, em Paris. Spielberg toma suas liberdades, mas mantém a essência.