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SP-Arte/Foto abre sua 12ª edição com mostras de David LaChapelle e outros

Raras feiras internacionais de fotografia conseguem reunir profissionais quase centenários ao lado de jovens aspirantes. Testemunha da evolução da cidade de São Paulo, German Lorca, aos 96 anos, é o grande homenageado da 12.ª edição da SP-Arte/Foto, evento anual comandado pela empresária Fernanda Feitosa, que pediu ao fotógrafo, por sugestão do curador Eder Chiodetto, que registrasse lugares da metrópole que fotografou há mais de meio século. Lorca é tema da revista que a feira lança nesta quarta-feira, 22, durante a abertura do evento para convidados. Ao lado de Lorca estarão jovens fotógrafos da chamada geração Millenium, nascidos entre as décadas de 1980 e 1990, como Andressa Ce. Ela vai lançar um fotolivro que trata justamente desse gap geracional. Enquanto Lorca esbanja alegria, ela fala em seu livro da melancolia dos jovens de sua geração.

A SP-Arte/Foto deste ano, que vai de quarta a domingo, no Shopping JK Iguatemi, reúne 34 expositores. Alguns participam da feira pela primeira vez, entre eles as galerias Emmathomas, Fortes D’Aloia & Gabriel, Gabriel Wickbold, Mapa e OMA. A estrela do show é o fotógrafo norte-americano David LaChapelle, 55 anos, o homem que fez a ponte entre a arte pop e conceitual ao ser apadrinhado por Andy Warhol nos anos 1980. Warhol, ao conhecer o garoto na famosa discoteca Studio 54, convidou-o a integrar o time da revista Interview e só fez um pedido a LaChapelle: que fizesse tudo do seu jeito, desde que seus modelos saíssem bem nas fotos.

LaChapelle fez isso: tirou a roupa de astros e estrelas pop, carregou nas cores supersaturadas e parte de sua produção nesses 30 anos de carreira foi reunida em dois livros lançados pela Taschen. A Galeria de Babel traz algumas de suas imagens, entre elas as de Angelina Jolie e de Naomi Campbell nua, com muito calor, diante de uma geladeira e coberta por litros de leite gelado.

Há um time formidável de astros reunidos nesta edição da SP-Arte/Foto. Basta citar três dos mais conhecidos: Mauro Restiffe, Miguel Rio Branco e Vik Muniz. Além dos contemporâneos, os históricos não foram esquecidos: Thomas Farkas (1924-2011), Ademar Manarini (1920-1989) e outros pioneiros da fotografia moderna no Brasil estarão representados por obras icônicas. “O segmento dos modernos, que começou timidamente na feira, tem crescido muito nas últimas edições”, revela Fernanda Feitosa, justificando essa evolução pelo interesse que os herdeiros desses fotógrafos (curadores do acervo dos pais) têm em fazer circular a obra.

Os preços, claro, variam conforme a fama dos fotógrafos. Mais de metade das vendas na edição da passada foram de fotos avaliadas em até R$ 50 mil. “A média de preço atingiu R$ 15 mil”, diz Fernanda. Aproximadamente 18 mil pessoas passaram pela SP-Arte no ano passado. Este ano, com o apelo de palestrantes estrangeiros de renome, como o colombiano Rodrigo Orrantia, e de temas como os movimentos de 1968, a feira deve atrair mais gente. Orrantia vai conversar com o fotógrafo baiano Evandro Teixeira, 83, autor da histórica foto da passeata dos 100 mil no Rio, em protesto contra a ditadura militar. O encontro faz parte da série Talks. Também deverão atrair o público os encontros com fotógrafos (Bob Wolfenson, Jonathas de Andrade) e os lançamentos de fotolivros. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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