Soprano brasileira faz sucesso em Berlim

Ela tem 32 anos, uma voz de veludo de um colorido tão especial que conquistou o maestro Daniel Barenboim e o público berlinense. A soprano Adriane Queiroz, brasileira de Belém, é a nova estrela no Olimpo do mundo da ópera. Já cantou com Plácido Domingo (Pique Dame de Tchaikovsky), estreou no Festival de Salzburgo e atualmente canta a Liu, de Turandot, um papel que exige a maior perfeição técnica, na Ópera de Berlim.

Na entrevista ao Globo, realizada pouco depois do ensaio de Turandot, no Café da Deutsche Staatsoper (Ópera Estatal Alemã), Adriane falou sobre a sua carreira, a concorrência fortíssima no mundo das sopranos e o sonho de cantar um dia no Teatro Municipal, do Rio. Ela atuou pouco no Brasil: começou sua carreira como aluna de canto do Conservatório e da Universidade de Viena, na Áustria, onde foi descoberta pelos caçadores de talento da ópera alemã.

A sua vida profissional começou há cerca de 16 anos, em Belém, como professora de jardim-de-infância. Na época, Adriane, que já gostava de cantar, exercitava o seu talento com as crianças paraenses. Mas a paixão persistente pelo palco a levou ao teatro e à música. No teatro, foi descoberta pela professora Marina Monarcha, que trabalhava no Conservatório Carlos Gomes de Belém. Após o primeiro lugar no Concurso Sul-Americano de Canto, no Rio, foi estudar em Viena. Antes de terminar o curso, cantou na Volksoper de Viena a Asteria, de Händel, e encontrou em Michael Levine um bom agente, que tornou o seu nome conhecido nos grandes palcos.

? Hoje é impossível para um cantor jovem começar a sua carreira batendo de porta em porta. O importante é começar o mais cedo possível a cantar bons papéis e encontrar o agente certo, com bons contatos com os grandes teatros ?- diz Adriane.

Sem falsa humildade, evita ares de diva. Esta é a principal diferença entre Adriane e a soprano mais famosa atualmente nos palcos europeus, a russa Anna Netrebko. Enquanto Anna usa a sua beleza e o seu sex appeal na máquina de comercialização do seu nome, Adriane diz que não quer forçar uma imagem de diva, e sim ficar conhecida por sua voz.

– Nesse aspecto sou igual a Renee Fleming ? conta Adriane, que prefere um elogio de Daniel Barenboim, maestro-chefe da Staatsoper, ou a sensação de ter conseguido a perfeição técnica como a Susanne, das Bodas de Figaro, à badalação ou à rivalidade no mundo das sopranos.

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