Em apenas quatro dias, da quinta, 6, ao domingo, 9, a CCXP 18, na Expo da Imigrantes, recebeu 262 mil visitantes e se firmou como o maior evento de cultura pop do mundo. Desse total, 50% dos visitantes correspondem ao público de São Paulo, o restante distribui-se entre frequentadores de todo o Brasil e da América Latina. Sendo um evento de divulgação de filmes e demais produtos do universo geek, a CCXP deste ano registrou um ticket médio de compras de R$ 300. E, embora a predominância continue sendo dos homens, a participação feminina cresceu muito – 55% a 45%.

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Muita gente pagou (caro) para prestigiar os painéis que atraíram astros e estrelas de Hollywood, trazidos pelos estúdios ou bancados pela organização da CCXP – Brie Larson, Jake Gyllenhaal, Sandra Bullock, Elle Page, Michael B. Jordan, Sebastian Stan e Tom Holland, entre outros.

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Entre os diretores, nenhum fez mais sucesso que M. Night Shyamalan, o mago de O Sexo Sentido, que veio dizer que seu novo longa – Vidro -, que estreia em janeiro, é como o anterior, Fragmentado, parte de uma trilogia que agora se encerra e que começou há 18 anos com Corpo Fechado. Mas também fez muito sucesso Dean DeBlois, diretor da animação Como Treinar Seu Dragão 3, que também estreia em janeiro (dia 17).

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A criançada já tem atração garantida no verão. Pelas cenas que DeBlois mostrou na CCXP, Dragão 3 será um belíssimo fecho para a história de Soluço e Banguela. Sim, fecho, porque o filme encerra o que não foi inicialmente planejado para ser uma trilogia – ao contrário de Corpo Fechado/Fragmentado/Vidro -, mas se converteu em uma. “Quando fizemos o primeiro Como Treinar Seu Dragão, em 2010, Chris (Sanders, codiretor) e eu queríamos contar a história de um garoto atrapalhado que termina por se aceitar, e também sobre como sua amizade com um dragão é decisiva para isso. A própria ideia do dragão invoca o desconhecido, o medo do outro, e o que queríamos era falar de aceitação. Mas aí ocorreu de o filme fazer tanto sucesso, de público e crítica, que uma sequência se tornou inevitável. Foi aí que começou a se delinear o conceito da trilogia.”

O 2 é sobre o menino que vira homem, com as responsabilidades daí decorrentes. E o 3? “É sobre a separação. Soluço precisa aprender a se separar de Banguela, a se tornar menos dependente, como o homem maduro que é. O próprio Banguela, que sempre foi apresentado como o último de sua espécie, precisa seguir o próprio caminho. Na vida, as separações, por mais dolorosas que sejam, ocorrem.” Alguma coisa na vida do próprio DeBlois, que assina o filme sozinho, justificou essa guinada para a separação? “Não necessariamente, era apenas a necessidade de fechar um ciclo.” É por isso que surge agora Fúria da Luz como um interesse romântico de Banguela – para que ele também vá viver sua vida separada de Soluço? “Pode-se dizer que sim, mas Fúria da Luz também representa o chamado selvagem que Banguela precisa reassumir. Homens e dragões, afinal, são espécies diferentes. A mensagem de tolerância não significa que tenham de ser iguais. A tolerância é justamente o respeito e a aceitação do outro como é.”

Nesses anos todos como animador, DeBlois tem usado a ferramenta do digital. “É um período que nem é longo, mas as coisas são muito dinâmicas e mudam muito. Há dez anos, não havia tecnologia para fazer coisas que hoje pertencem ao bê-á-bá do cinema. A trilogia do Dragão é prova disso.” Com base no que ele afirma, a pergunta não quer calar – se há tecnologia para tudo, a imaginação é o limite de quem cria? “Com certeza. O mais interessante é que, quando começamos, Chris e eu, tínhamos aqueles cineastas que eram como faróis. Steven Spielberg, George Lucas, Ridley Scott, James Cameron. Como criadores de mundos, eram inigualáveis.

Queríamos ser como eles. Hoje, o que ocorre é que também somos referências para uma nova geração. E é assim que as coisas andam.”

Dean DeBlois impressionou-se com a grandiosidade da CCXP 18. “A vibração do público é contagiante.” Ele lança o filme e faz o quê? Parte para outro? “Tenho algumas ideias e você saberá quando tudo for decidido, mas agora o que preciso é de férias.” Para os organizadores, ter encerrado a CCXP deste ano significa que já está começando o trabalho para fazer a do ano que vem – a CCXP 19 ocorrerá de 5 a 8 de dezembro de 2019. O anúncio foi feito por Pierre Mantovani, CEO da Omelete Company, que organiza o evento no Brasil. “Não foi por acaso que nos tornamos o centro das atenções do mundo, quando estamos falando em lançamentos de cultura pop.

A CCXP cresceu muito e hoje estamos, inclusive, chegando a outro continente. Queremos que o mundo conheça a qualidade de entrega do Brasil, quando o assunto é o universo do entretenimento. Todos os estúdios de Hollywood estão aqui prestigiando a gente e trazendo seus conteúdos ainda não visados por outros países.”

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.