O espaço cultural Solar do Rosário, em Curitiba, lança amanhã a reedição do livro Poty, o lirismo dos anos 90. A primeira publicação foi feita no ano 2000 e ainda havia muitos interessados em comprar e guardar o livro como recordação concreta da obra de Poty Lazzarotto (1924-1998), um dos maiores artistas paranaenses de todos os tempos. O lançamento, às 11h, será acompanhada de uma exposição de obras de Poty.
O livro contém 20 imagens de obras feitas exclusivamente para o Solar do Rosário, no período entre 1992 e 1998. Elas remetem à cidade de Curitiba e à religiosidade, por meio de figuras de santos.
Cada uma das imagens presentes na publicação vem acompanhada de um texto escrito por Regina Casillo, diretora do espaço cultural. “Tivemos muita procura depois que os primeiros exemplares se esgotaram, principalmente por escolas. Muitas delas não têm nada sobre Poty Lazzarotto e queriam algo de concreto, além de poderem ver os painéis e obras espalhados pela cidade. Foi quando pensamos em utilizar os recursos da Lei Rouanet para fazer uma nova edição”, comenta Casillo. O patrocínio vem da empresa Peróxidos do Brasil.
O convite e a capa do livro estampam um dos desenhos de Poty Lazzarotto, justamente o que retrata o Solar do Barão, ainda nos tempos dos tropeiros. Além da construção do casarão antigo, ficam destacados o piso de pedras e três pessoas nas sacadas.
“Quando ele nos entregou a imagem, perguntei quem seriam estas três pessoas. Ele respondeu que talvez fossem os vampiros do Dalton Trevisan”, relembra a diretora.
As obras de Poty Lazzarotto podem ser vistas diariamente pelos curitibanos em várias partes da cidade, principalmente nos painéis do Teatro Guaíra, do Largo da Ordem, do Palácio Iguaçu e do Aeroporto Internacional Afonso Pena. São traços marcantes e que podem ser identificados facilmente como obras do artista.
“Me lembro de uma frase de Darcy Ribeiro, que falou que se o Paraná não produzir mais nenhum artista, só por Poty vai estar na frente de todos os estados brasileiros. A frase tem um pouco de exagero, mas é verdadeira porque Poty foi genial”, comenta Casillo.
O livro se chama Poty, o lirismo dos anos 90 por causa da experiência da diretora no convívio com o artista no final da vida dele. Era um homem extremamente culto e engajado, mas em seus últimos anos tinha um olhar mais lírico, segundo Casillo.
Poty foi premiado no Salão Nacional de Belas Artes em 1948 e realizou exposições individuais em todo o País e no exterior. Ele também ilustrou livros de escritores consagrados, como Jorge Amado, Graciliano Ramos, Gilberto Freyre, Euclides da Cunha e Guimarães Rosa. O Solar do Rosário fica na rua Duque de Caxias, no Largo da Ordem. Mais informações pelo telefone (41) 3225-6232 ou no site www.solardorosario.com.br.
