Hoje a Orquestra Sinfônica do Paraná (OSP) alcança a maioridade. Em comemoração aos 21 anos de existência, sob direção do maestro Alessandro Sangiorgi, a orquestra apresenta um concerto especial com a participação internacional do pianista irlandês John O?Conor. Além do aniversário, a ocasião marca o encerramento da Semana Beethoven em Curitiba. O espetáculo, que vai entrar para a história como um dos grandes feitos da OSP, tem no programa o Concerto n. 5 de Beethoven e a Sinfonia n.5 de Dimitri Schostakovitch. A sinfônica paranaense é uma das poucas do País que já interpretou as nove sinfonias de Beethoven.
Em meio à dificuldades financeiras e renovações em seu quadro musical, a história da OSP vem sendo escrita com momentos de glória e outros de incertezas. Até o momento, foram realizados cerca de 750 concertos, óperas e balés. Com um repertório que abrange mais de duzentos compositores brasileiros e internacionais, a OSP já recebeu solistas de fama irrepreensível (Nelson Freire, Arthur Moreira Lima, Arnaldo Cohen, Turíbio Santos, etc) e foi regida por nomes como Aylton Escobar, Erol Erdinçe, Helmut Imig, Pierre Huwiller, Eugene Ratchev, Graham Griffiths, Roberto Tibiriçá e tantos outros.
Com a vinda de O?Conor, reconhecido pelo mundo afora como o ?poeta do piano?, e que é um dos maiores especialistas em Beethoven (atual diretor da Fundação Wilhelm Kempff), espera-se que público, patrocinadores e governo dêem mais atenção para o grande patrimônio do Estado que é a OSP, tal como o Teatro Guaíra em si. Para o concerto que fará ao lado da Orquestra Sinfônica do Paraná, John O´Conor escolheu as obras Concerto n.º 3 para piano e orquestra e Concerto n.º 5 para piano e orquestra, de Ludwig van Beethoven, e Sinfonia n.º 5, de Dimitri Schostakovitch. O irlandês comentou que o repertório foi selecionado em função da boa conexão que tem com a Sinfônica do Paraná.
Dificuldades
No dia 3 de novembro de 2005, Curitiba viu a estréia da Orquestra Filarmônica do Paraná. Liderada pelo violonista José Maria Magalhães Silva, um grupo de músicos da Sinfônica criou a Filarmônica. Eles continuaram no quadro da sinfônica e a nova orquestra foi uma tentativa de conseguir novos patrocinadores e incentivar os mais de 70 músicos que participaram do projeto. Devido à falta de verbas, os músicos da OSP não tiveram reajustes salariais, e mesmo a vinda de grandes artistas internacionais para atuar com a orquestra foi prejudicada.
Apesar do apoio governamental, 95% das orquestras brasileiras são ligadas ao governo e os custos para manter seus quadros incentivados e com qualidade superam os investimentos. Em sua criação, o então maestro convidado para reger a filarmônica, Roberto Tibiriça, lembrou que Curitiba tem um movimento cultural importante por parte dos artistas e público e novos investimentos é o que faltava para a OSP se equiparar com uma Osesp, por exemplo. Em 2006, a filarmônica não se apresentou.
História
A Orquestra Sinfônica do Paraná foi criada em 28 de maio de 1985, graças a uma apresentação da Orquestra Sinfônica Brasileira no Guairão, sob regência do maestro Isaac Karabtchevski. O então governador, José Richa, ficou tão emocionado com o concerto, que decidiu criar um corpo específico que mantivesse uma orquestra mantida pelo Estado.
O primeiro maestro titular da OSP foi o curitibano Alceo Bocchino e o primeiro maestro adjunto, Osvaldo Colarusso. Logo em sua estréia, a sinfônica tocou a Ópera Anacreon, de Luigi Cherubinni, sob a regência de Osvaldo Colarusso, Sinfonia N.º 8 , em sol Maior, de Beethoven e Concerto N.º 5 em mi bemol, opus 73, O Imperador sob a regência de Alceo Bocchino e solo do pianista Fernando Lopes.
Serviço:
Concerto comemorativo de 21 anos da Orquestra Sinfônica do Paraná, hoje, às 20h30. Ingressos a R$ 10. Mais informações pelo telefone (41) 3304-7900.