Jorge Antonio de Queiroz e Silva

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Mozart (1756-1791).

Há anos pratico a reflexão, hábito adquirido nos tempos de seminário. Por seu intermédio, os erros e os acertos do dia-a-dia são verificados. É o caminho do autoconhecimento. Na viagem pelo âmago do ser, tenho me inspirado no talento do austríaco Wolfgang Amadeus Mozart.

A genialidade musical de Mozart, enquanto medito, propicia a liberdade interior e a autonomia do pensamento, tão preciosas para o bem viver.

Qual é a explicação da influência da sua música sobre o espírito? Nas várias leituras sobre a personalidade e o pensamento de Mozart, identifiquei uma pessoa também preocupada com o autoconhecimento e que, por este motivo, foi ao encontro da filosofia maçônica em 1784.

De acordo com Cláudio Blanc, ?a Maçonaria prepara o homem para que ele possa encontrar por si mesmo o caminho para o seu âmago divino; busca capacitá-lo à vida, unindo-o ao Grande Arquiteto do Universo?.

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Presume-se que muitas das sinfonias de Mozart têm mensagens de cunho maçônico. O compositor e musicólogo Eduardo Rincón explica que Schikanede, amigo de Mozart, ?propõe-lhe a composição de Singspiel (peça bufa para teatro, uma espécie de ópera popular, cantada em alemão) intitulada A flauta mágica, e Mozart aceita o convite, entusiasmado. É uma obra de inspiração claramente maçônica, com personagens que animam a criança que Mozart sempre levou dentro de si. A princípio, ele se entrega de corpo e alma ao trabalho, embora logo comece a abandoná-lo, por períodos mais ou menos longos. Apesar de tudo, a obra é concluída?.

Mozart dedicou A flauta mágica à esposa Constanza. Repleta de emoções, a ópera apresenta o amor puro que vence os poderes constituídos, trabalho considerado pela crítica como um dos grandes legados de Mozart.

Jorge Antonio de Queiroz e Silva é palestrante, historiador, pesquisador, professor. Membro do Instituto Histórico e Geográfico do Paraná. queirozhistoria@terra.com.br

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