Na tevê, Vivianne Pasmanter é dona de um currículo de fazer inveja a muitas atrizes. Afinal, são vários os tipos marcantes. Desde a estréia em Felicidade, de 1991, quando viveu a rebelde Débora, a carreira de Vivianne é pautada por papéis de mulheres de personalidade forte. Foi o caso da bóia-fria Lavínia, de Anjo de Mim, e da mecânica Maria João, de Uga Uga, por exemplo. Também recorrentes são personagens problemáticas, como a revoltada Malu, de Mulheres de Areia, e a neurótica Laura, de Por Amor. Não por acaso, a atriz se surpreendeu com o perfil da fotógrafa Isabel Fernandes, que atualmente interpreta em Páginas da Vida. ?A Isabel é a mais normal de todas que já fiz?, entrega.

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Na trama de Páginas da Vida, Isabel é uma fotógrafa especializada em registrar todos os momentos das noivas no dia de seus casamentos. Inspirada na também fotógrafa Isabel Becker, a personagem é uma mulher independente e livre de preconceitos, ao mesmo tempo em que é uma pessoa solitária. A atriz confessa, porém, que ainda está descobrindo as várias nuances da personalidade de Isabel. ?O Manoel Carlos escreve ao sabor dos acontecimentos e os personagens não têm uma sinopse muito clara. Por isso, procuro compor a Isabel com os elementos do texto?, conta. Empolgada, Vivianne explica que o que mais lhe agrada em dar vida a Isabel é poder entrar em contato com o ?universo? da fotografia. Tanto que adorou o trabalho de composição de sua personagem, quando passou uma semana acompanhando Isabel Becker. ?Não conhecia de perto a realidade dos fotógrafos que fazem social. Por isso, foi ótima a experiência?, ressalta.

O mundo da fotografia, contudo, é velho conhecido da atriz. Vivianne lembra que o primeiro contato foi aos 15 anos, quando fez um curso para aprender a manusear câmaras, filmes e filtros fotográficos. A atriz conta também que aos 18 anos chegou até mesmo a trabalhar como assistente do fotógrafo Martin Gurfein. Nessa mesma época, se dividia entre as aulas de teatro na Escola de Artes Dramáticas, da USP, e o trabalho no estúdio. Lá, servia café, pintava fundo infinito e, é claro, era responsável por carregar os equipamentos. ?Era muito cansativo e me deixava exausta. Aliás, como é pesado o material fotográfico?, exagera.

Em sua terceira novela de Manoel Carlos – ela esteve também em Felicidade e Por Amor -, Vivianne confessa que se sente honrada em trabalhar novamente com o autor. A atriz ainda acrescenta que por duas vezes teve de recusar o convite para participar das tramas de Maneco. A primeira foi no ano de 1996, quando estava fazendo Anjo de Mim e não pôde marcar presença em Histórias de Amor. A segunda vez foi em 2000, mesmo período em que fez Uga Uga e não integrou o elenco de Desejos de Mulher. ?Infelizmente não deu. Mas é um autor que tenho enorme admiração, pois é convincente na hora de retratar nosso cotidiano?, elogia.

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 Sem fazer novelas há cinco anos – período em que deu à luz o casal de filhos Eduardo e Lara -, Vivianne conta que não via a hora de voltar. O retorno, por sinal, marca o reencontro da atriz com Caco Ciocler, que vive o fotógrafo Renato, por quem Isabel vai se apaixonar e viverá um tórrido romance. Apesar de ser o primeiro trabalho da dupla, Vivianne e Caco estudaram teatro com a mesma professora, quando participaram das aulas de Jacqueline Brio no Clube Hebraica, em São Paulo. ?É engraçado como o mundo dá voltas, pois só agora descobrimos que fomos da mesma turma?, diverte-se.

Destino traçado

Desde que se entende por gente, Vivianne Pasmanter sempre sonhou em ser atriz. Tanto que, aos quatro anos de idade, já pensava em seguir carreira. Ela lembra que na escola queria ser como um dos colegas de turma, que fazia comerciais na tevê o garoto era David Cardoso Jr, filho do ator e cineasta David Cardoso. Não por acaso, a atriz não pensou duas vezes na hora de pedir para que os pais pagassem um curso de teatro, no Clube Hebraica, de São Paulo. Eles, no entanto, achavam que era uma coisa passageira, um capricho de menina. ?Meus pais nunca foram contra, mas também nunca me levaram para testes. Na hora de escolher, em vez de balé, disse que queria entrar para o teatro?, recorda.

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 Acontece que a brincadeira de criança foi ficando cada vez mais séria. Depois do primeiro contato, Vivianne resolveu investir na carreira. Na adolescência, para se aperfeiçoar, a atriz ?mergulhou? fundo na profissão e foi aluna de Miriam Mehler e também do diretor Antunes Filho. Antes de completar 18 anos e finalmente poder entrar para a Escola de Artes Dramáticas, da USP, ela resolveu se dividir entre as aulas das faculdades de Arquitetura e Cinema. Mas por muito pouco tempo, pois abandonou os cursos depois de quatro meses. ?Não saberia fazer outra coisa. O melhor da profissão é brincar de ser outra pessoa, fazer o que não faria como Vivianne. É bom se liberar e entrar no mundo dos sonhos?, empolga-se.