Toda relação conjugal tem seus altos e baixos, especialmente as que se sustentam por mais de 50 anos. São justamente as agruras e o divertimento de uma longa relação que marcam Sim! Eu Aceito! – O Musical do Casamento, que estreia nesta sexta-feira, 13, no Teatro Gazeta, depois de uma temporada no Rio de Janeiro.

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“Chegamos com algumas modificações”, conta Diogo Vilela, que divide a cena com Sylvia Massari. “Sintetizamos o primeiro ato, que agora ficou mais ágil.” O ritmo, aliás, é requisito fundamental para o sucesso do musical, primeira montagem fora dos Estados Unidos do espetáculo I Do! I Do!, que estreou em 1966, com texto de Tom Jones e música de Harvey Schmidt. “Como são apenas dois personagens, a encenação se transforma em um jogo de trocas, que não permite brincadeiras”, reconhece o ator.

De fato, único espetáculo da Broadway feito para dois atores, o musical exige por isso um entrosamento que beira a perfeição. E a principal arma é um texto engraçado. “O humor malicioso foi adensado e a fluência do diálogo está vivamente mantida. A irreverência, que está em nosso temperamento e tempero, e o fato de estarmos no século 21 possibilitaram esta nossa versão uma ‘animada’ no relacionamento de Agnes e Michael. As músicas funcionam como extensões das cenas, e não números isolados como às vezes ocorre em alguns musicais”, comenta Flávio Marinho, responsável pela tradução e adaptação do original.

Foi ideia de Marinho, aliás, reunir Sylvia e Vilela, que dividiram o palco em Cauby! Cauby!, espetáculo de 2006 sobre a vida do cantor, e em A Gaiola das Loucas, musical de 2010 também estrelado por Miguel Falabella. “Não resisti ao convite, pois fazia tempo que não participava de uma comédia”, contou o ator, convidado pelo diretor Cláudio Figueira.

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Vilela, na verdade, tem construído uma carreira plural. Se hoje se divide entre as gravações da série Pé na Cova, da TV Globo, e o musical, programas nitidamente populares, sua inquietação o inclina também para textos mais densos – quando resolveu participar de Sim! Eu Aceito!, no ano passado, o ator planejava adaptar um texto de Dostoievski sob a direção de Marcus Alvisi.

“Tenho um sonho antigo de montar Tartufo, de Molière, além de algum texto de Luigi Pirandello, autor cuja obra venho relendo constantemente”, conta Vilela, que não esconde ainda sua admiração por Flaubert. A essência de tudo, no entanto, está na forma com que o teatro ainda aproxima os homens. “Temos que lutar para que a arte cênica continue essencial.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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