Show Silêncio homenageia Lápis

O compositor e músico curitibano Palminor Rodrigues Ferreira (5/10/1942 – 11/2/1978), o ?Lápis?, apelido que teve origem pelo fato de que era negro e fino, é um dos principais nomes da música popular no Paraná. Foi ele o responsável pela introdução em Curitiba da mais legítima música brasileira, o samba, um dos ritmos 100% nacionais. Lápis teve como principal inspiração as marchinhas de Carnaval da cidade de Antonina, grande influência da sua vida musical e sua paixão pelo Estado, como na música Meu Paraná. Apesar da intensa participação na vida musical e cultural do Estado, Lápis e seu repertório são quase desconhecidos pelo público paranaense.

Para apresentar aos curitibanos um pouco do rico repertório e homenagear Lápis, em novembro passado, foi lançado o show Silêncio, título de uma das suas canções, que teve estréia no Guairinha. Dando continuidade ao projeto e a valorização da poesia do sambista, acontece uma nova apresentação do show, amanhã, às 20h, no Teatro do Sesc da Esquina.

O Show Silêncio resgata o nome do sambista com arranjos inovadores e uma sonoridade bastante sofisticada. O comando da apresentação será da cantora curitibana Juliana Cortes, que fez uma releitura das canções de Lápis e introduziu o bandolin, pandeiro, clarinete e o violão, resultando numa brasilidade de altíssima qualidade. Ela será acompanhada por um seleto grupo de músicos; Daniel Migliavacca no bandolim, Daniel Miranda no clarinete, João Egashira no violão e Cristina Loureiro na percussão. Os arranjos ficam sob responsabilidade de Luis Otávio de Almeida, Marcelo Pereira, Roberto Gnatalli, Daniel Migliavacca e João Egashira.

No programa do concerto, 13 músicas que Lápis compôs com os seus principais parceiros, como Paulo Vítola, César Nicolatti e Rubens Rolim. ?Além de homenagear, o show tem como objetivo apresentar a diversidade do compositor?, afirma a cantora e também idealizadora do show Silêncio, Juliana Cortes.

Juliana, formada em Música Popular Brasileira pela Faculdades de Artes do Paraná, foi quem batizou o show com o nome Silêncio pelas visões pessoais, como a falta de uma política pública de valorização do ensino de educação musical nas escolas tanto públicas quanto privadas. ?A cultura musical é tão importante quanto a matemática, a história e outras matérias?, conclui.

Lápis e a música

A relação de Lápis com a música começou cedo. Aos 11 anos, já havia despertado sua vocação para música e tocava pandeiro no programa Ciranda Infantil, ao lado do Regional do Zé Pequeno, na Rádio Marumbi.

Cinco anos depois, em 1958, formou, com alguns amigos, o grupo Tryanon, que se apresentava em clubes do bairro em que morava. No ano de 1967, Lápis formou o Grupo Bitten IV. Após o êxito em Curitiba, o grupo resolveu tentar a sorte no Rio de Janeiro, onde lançou um compacto simples com as músicas Vestido branco e Paticumbá. Anos depois, o grupo se desfez e Lápis ficou no Rio de Janeiro trabalhando com Eliana Pittman, que gravou de sua autoria Meu novo amor.

Seu samba Paticumbá foi gravado pelo conjunto Os Originais do Samba. Por essa época, Lápis se apresentou ao lado de Rosinha de Valença no palco do Teatro Casa Grande. Em meados da década de 1970, voltou para Curitiba, onde faleceu oito anos depois.

Serviço

Show Silêncio – Homenagem ao compositor e músico curitibano Lápis, amanhã, quinta-feira, dia 5 de julho. Local: Teatro do Sesc da Esquina, às 20h. Ingressos: R$ 10 e R$ 5 (estudantes e idosos).

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