Considerada a maior cantora paranaense de todos os tempos, Stelinha Egg (1914/1991) recebe hoje, no Guairinha, uma homenagem a altura de seu talento. A Secretaria da Cultura, por meio do Museu da Imagem e do Som, promove o show Eu, Stellinha, um tributo musical que vai relembrar o repertório da cantora em grande estilo.
O espetáculo, com direção geral do jornalista Rodrigo Browne, roteiro de Etel Frota e direção musical de Sérgio Justen, vai relembrar as canções imortalizadas na voz de Stelinha Egg, agora sob interpretação de um grande time de cantoras paranaenses: Edith de Camargo, Helena Bel, Lais Mann, Margareth Makiolke, Rogéria Holtz e Selma Baptista. No programa canções de Dorival Caymmi, Luiz Gonzaga, Catulo da Paixão Cearense, Chico Buarque, entre outros. A entrada é franca.
No roteiro do show, serão lembrados os principais momentos musicais da cantora paranaense que fez parte do elenco de intérpretes da Rádio Tupi, São Paulo e Cultura, em plena época de ouro do rádio no Brasil.
O espetáculo será pontuado por trechos de gravação da própria Stelinha em depoimento histórico que ela concedeu para o jornalista Aramis Milarch. “A história da cantora será contada por ela mesmo. Acredito que conseguimos fazer um recorte da personalidade dessa grande intérprete paranaense”, comenta Etel que também realizou a pesquisa histórica e musical.
A apresentação já começa de forma emocionante quando no depoimento em off a voz de Stelinha começa a cantar a capella a música Vingança, de Francisco Matoso e José Maria de Abreu, e é acompanhada em tempo presente pelo pianista Sérgio Justen, diretor musical do show, que faz uma ligação entre as gerações musicais do Paraná. Em seguida o espetáculo é dividido em vários momentos musicais da artista, que se traduz num repertório elegante e sem concessões.
“Stelinha cantou aquilo que gostava de ouvir. Seu repertório sempre foi fruto de uma intensa pesquisa da música brasileira com temas regionais, canções infantis, modas de viola, modinhas e toadas que vão desde o mais tradicional cancioneiro brasileiro até compositores contemporâneos como Juca Chaves, Chico Buarque, além de um vasto repertório de canções de Dorival Caymmi. O que unia esse repertório tão eclético foi a marca pessoal que Stelinha imprimia em suas interpretações e que a tornou a grande cantora do Paraná”, avalia Rodrigo Browne.
A diretora do Museu da Imagem e do Som, Stefanie Freiberger, lembra que essa homenagem acontece na véspera do aniversário de duas décadas de sua ausência, em 2011.
“O MIS tem a guarda de um acervo precioso da Stelinha Egg. São roupas e objetos pessoais que vamos levar ao palco para o público curitibano conhecer um pouco mais da personalidade dessa cantora que durante sua trajetória artística e pessoal sempre se mostrou uma mulher avant garde”, finaliza.
Stelinha Egg
Cresceu recebendo a influência do ambiente musical existente em sua família e com cinco anos começou a cantar em festas da Igreja Evangélica. Sua carreira profissional se iniciou na Rádio Clube Paranaense, em Curitiba.
Venceu um concurso de melhor intérprete do folclore brasileiro e foi contratada a partir daí pela Rádio Tupi de São Paulo, para onde transferiu-se logo depois. Dedicada ao estudo e pesquisa do folclore brasileiro, gravou diversas composições, tais como a Boi Barroso, Samba lelê, Cantigas do meu Brasil e outras. Gravou ainda o LP Luar do sertão, com composições de Catulo da Paixão Cearense, Ernesto Nazaré e Anacleto de Medeiros.
Gravou diversos LPs dedicados a distintos aspectos da música popular e folclórica, entre os quais: Modas e modinhas, com com modas de viola e modinhas, antigas e modernas; Vamos todos cirandar, com canções de roda; e Músicas do nosso Brasil, com canções tradicio,nais brasileiras.
Serviço
Eu, Stelinha – Show musical em homenagem à cantora Stelinha Egg, nas vozes de Edith de Camargo, Helena Bel, Lais Mann, Margareth Makiolke, Rogéria Holtz, Selma Baptista.
Hoje, às 20h30, no Guairinha (Rua XV de Novembro). Entrada franca.