Show de Stones é para ficar na história

O maior show da história, a maior banda do mundo. Fãs se acotovelando nas grades de proteção, empunhando bandeiras para celebrar músicas que há mais de 40 anos ajudam a moldar a cultura pop em todo o planeta. E como o rock? n’roll é feito de energia, a ligação entre os Rolling Stones e o público deveria ter sido a tônica da apresentação ocorrida no sábado, nas areias de Copacabana, não fosse por um mar de VIPs de excitação morna, alheios à história que era feita diante de seus narizes, o que provocou um curto-circuito momentâneo na ligação entre banda e público, metaforizando perfeitamente o Brasil moderno.

Um poço de mais de 100 metros que separou os dois pólos, guardando lugar seguro para cerca de 4 mil bem-nascidos, globais e profissionais da imprensa (incluindo a reportagem de O Estado), que nem mesmo o rock – essa verdadeira instituição cultural que há mais de 50 anos iguala seus seguidores -, teve força suficiente para aniquilar. Com uma pontualidade inglesa, Mick Jagger, Keith Richards, Charlie Watts, Ron Wood e os músicos que os acompanham subiram ao palco e colocaram toda sua megaestrutura para funcionar, nem assim conseguindo atiçar o ânimo de quem estava colado à apresentação.

Enquanto os Stones desfilavam seus maiores hits, Jagger arranhava um português com agradecimentos e provocações para algum ponto no infinito, um lugar no horizonte onde todo mundo era igual. Uma realidade que quem assistiu pela televisão provavelmente não conseguiu captar, já que o telão evitava ao máximo mostrar os convidados da área VIP. Mas aos poucos, porém, mesmo os desanimados afortunados foram se entregando à magia do showman Jagger, que teve sua apoteose quando ao som de Miss you parte do palco se moveu para o meio da massa que assistia por detrás das grades. Durante 20 minutos os Stones driblaram os VIPs e se encontraram com o povão, de onde, apesar de toda a fama e riqueza, têm suas raízes.

Na volta ao grande palco, para ironicamente tocarem Simpathy for the Devil, a acolhida foi mais entusiasmada. Bastou então para Jagger reger sua platéia de 1,2 milhão através de Start me Up, tirando definitivamente do chão qualquer ser que não estivesse morto. No bis o cantor ainda voltou com uma camiseta homenageando o Brasil e o Rio de Janeiro, para encerrar a irretocável e muito bem ensaiada apresentação com Satisfaction.

O repórter viajou ao Rio de Janeiro a convite da Claro.

Jagger foi o último a ir embora

O líder dos Rolling Stones, Mick Jagger, embarcou para São Paulo no início da tarde de ontem para um compromisso familiar. Mick Jagger foi a uma reunião na escola do filho Lucas Jagger, de seis anos, fruto do "affaire? com a apresentadora de TV Luciana Gimenez. O último dia do Rolling Stone Mick Jagger no Rio terminou agitado, com um giro pela cidade madrugada adentro. Ao contrário dos outros três integrantes da banda, Keith Richards, Charlie Watts e Ron Wood, que deixaram o País no domingo à tarde, em direção a Buenos Aires, Jagger preferiu permanecer no Rio. Passou o dia no Hotel Copacabana, de onde saiu apenas à meia-noite, para um passeio de quase duas horas pela cidade, rumo a três destinos, no centro e zona sul da cidade, acompanhado do dono da Osklen, Oskar Metsavaht, seguidos por 18 seguranças particulares. Vestindo calça jeans e uma camisa azul por fora da calça, Jagger tentou conhecer um pouco do samba. Chegou vinte minutos depois da meia-noite no viaduto que dá acesso ao Sambódromo. O ensaio da Beija-Flor já havia terminado e o roqueiro caminhou uns cinco minutos, em direção ao Terreiro do Samba, viu um pouco de batucada e voltou, em menos de dez minutos, ao carro, para fugir do assédio da imprensa. (AE)

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