Sheen pede desculpas ao Brasil na ficção

Martin Sheen pode ser mais conhecido hoje pelos filhos – e por Charlie Sheen, cujos problemas alimentaram sua celebridade -, mas construiu uma importante carreira de ator, trabalhando em filmes que fazem parte da história do cinema, como Terra de Ninguém, de Terrence Malick, e Apocalypse Now, de Francis Ford Coppola. Ele também foi o presidente Josiah Bartlet na série The West Wing, e foi por isso que, em visita ao set de Trash, que Stephen Daldry filma no Rio – numa parceria com a O2 -, o repórter saudou-o cerimoniosamente como ‘M. President’. Pediu-lhe uma declaração, e Sheen, entrando no clima, não deixou por menos. “Quero me desculpar pelo lamentável episódio de espionagem. Não é coisa que se deva fazer com um aliado como o Brasil.”

Na ficção, o repórter consegue o que a presidente Dilma Rousseff ainda não conseguiu arrancar do presidente dos EUA, Barack Obama – um pedido formal de desculpas pelo episódio de espionagem de que o Planalto foi vítima, por parte do governo norte-americano. Martin Sheen conversa com um reduzidíssimo grupo de jornalistas – três – na tenda armada no set de Trash. Da entrevista participam o diretor Daldry e Rooney Mara, que também está no filme. A segunda-feira, 16, foi um dia especial, porque também visitava o set, naquele dia, o autor do livro – Andy Mulligan.

“Estou emocionado de estar aqui. É muito diferente você criar alguma coisa e, de repente, dar de cara com ela. Os garotos do filme são muito melhores do que os que imaginei.” Martin Sheen diz a mesma coisa. Ele está encantado de contracenar com atores brasileiros, que diz que, além de bons, são ‘generosos’. Ele faz o Pastor Juillard, Rooney Mara, de Millenium – Os Homens Que Não Amavam as Mulheres, de David Fincher, é a professora de inglês, Olivia. Na cena filmada neste dia, os três garotos invadiram a missão e um deles distrai o pastor, enquanto os outros fazem uma pesquisa na internet. Na tentativa de retardar o religioso, Rafael lhe pede a bênção. Sheen atrapalha-se e tem de repetir diversas vezes. Em vez de ‘Em nome do Pai, do Filho’, repete duas ou três ‘Em nome do Pai, do Espírito Santo’. No final da bênção, com a mesma mão o pastor estapeia o rosto do menino.

Trash é sobre três garotos que descobrem uma caderneta num lixão. Ela contém uma chave que os inicia numa grande aventura. A chave já estava em Tão Forte e Tão Perto, o longa anterior de Daldry, lembram-se? Sheen conta o que o motivou a fazer o papel, que não é tão grande. “O personagem acredita na dignidade e na decência. Descobre que esses garotos possuem uma alegria e vivacidade que o desconcertam. Não tendo nada (são pobres e vivem num lixão), eles têm tudo.”

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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