Jack Nicholson interpreta bem o sonho de
todo “coroa”: transa com jovens beldades.

Americanos são especialistas em comédias de situação ou sitcoms como eles gostam de chamar. Se a televisão brasileira é baseada nas novelas, a televisão americana foi estabelecida em cima dele, isto é, os famosos seriados enlatados, uns dramáticos, outros humorísticos com as indefectíveis risadinhas. Por essa razão, surgem em Hollywood, todos os anos, centenas de filmes nesse estilo. Alguém tem que ceder é uma produção que segue a receita típica dos EUA e a diretora Nancy Meyers, ex-roteirista caprichou nos clichês e nos modelos, fazendo um filme que segundo ela própria disse, um relato da vida dela.

O melhor do filme é que Meyers soube tirar vantagem da capacidade técnica e do talento de Jack Nicholson e Diane Keaton. Harry Sanborn (Nicholson) é um solteirão de 60 anos, convicto, que só namora mulheres com menos de 30. Naquele que seria um final de semana romântico com a sua mais recente paixão, Marin (Amanda Peet), na casa de praia da mãe dela, Harry sente dores no peito e passa mal. A mãe de Marin, Erica Barry (Diane Keaton), uma bem-sucedida dramaturga divorciada, hesita, mas acaba concordando em ajudar a cuidar dele até que se recupere. Harry fica surpreso ao se sentir atraído por Erica. Apesar de, inicialmente, antipatizar com Harry, Erica redescobre o amor. E acontecem complicações amorosas de todo tipo quando Erica é assediada pelo belo e jovem médico de Harry, de 30 e poucos anos, Julian Mercer (Keanu Reeves).

O argumento é totalmente previsível. Ao longo de sua carreira de 20 anos, como roteirista e agora como diretora, Nancy Meyers tenta analisar a guerra dos sexos do mundo contemporâneo. Muita areia para o caminhão dela, ou, pode-se dizer muita película para o rolo. Em Alguém Tem que Ceder, Nancy Meyers combinou os dois temas de seu interesse e, além disso, decidiu explorar o relacionamento entre um homem jovem com uma mulher mais velha. “Praticamente tudo o que escrevi tem um paralelo com a minha própria vida”, revela a diretora. Ela continua: “Devo confessar que sou fascinada pelas relações de homens mais velhos com mulheres jovens”.

O maior destaque dessa produção é o diretor de fotografia, Michael Ballhaus, que já havia levado Nova York para as telas em filmes diversos como Os Bons Companheiros, A Época da Inocência, Gangues de Nova York, Uma Secretária de Futuro e Quiz Show ? A Verdade dos Bastidores.

Alguém… é um passatempo autêntico Made in USA e serve para os fãs de Nicholson, Keaton e, ah, Keanu Reeves, um desses modelos da nova geração. E também para quem gosta de aprender e cultivar a cultura americana.

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