O crescimento da venda de música por meio digital em 2013, de 22,39%, não foi suficiente para tirar do vermelho o mercado fonográfico brasileiro, em crise há pouco mais de uma década por culpa da pirataria de CDs e do avanço da tecnologia de compartilhamento via internet.

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Em relação a 2012, a queda nas vendas de CDs, DVDs e Blu-Rays foi de 15,5%. O impacto negativo resultou num encolhimento de 4,75% dos resultados da indústria.

Os números foram divulgados ontem pela Associação Brasileira de Produtores de Discos (ABPD).

A comparação com o relatório da Federação Internacional da Indústria Fonográfica (IFPI), organização que representa o setor no âmbito mundial, mostra que a comercialização digital de música no País acompanha a média internacional – apesar de o negócio aqui ter demorado a se propagar: a fatia no mundo é de 39%; no Brasil é de 36,49%. Há seis anos, esse porcentual era de apenas 8%.

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Na América Latina, o crescimento dos rendimentos no meio digital teve explosão de 124% entre os anos de 2010 e 2013, quando o índice global no período é de 28%.

Uma particularidade brasileira é a preferência pelos downloads (transferência com armazenamento) em relação ao streaming (reprodução instantânea). A primeira modalidade teve aumento de 87,15%, somando as faixas avulsas e os álbuns completos.

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“O mercado digital ainda está amadurecendo aqui. Ao contrário do que aconteceu no restante do mundo, onde a subscrição para streaming cresceu mais de 50%, no Brasil subiu só 1,5%. Ainda chegaremos lá”, avalia Paulo Rosa, presidente da ABPD.

A popularização dos smartphones e a entrada do Spotify no País, aplicativo líder no mundo cuja chegada está sob suspense desde o ano passado, devem se refletir positivamente nos números deste ano.

“Com o barateamento dos aparelhos, o crescimento da economia brasileiro e a entrada em operação de novos serviços, o futuro do mercado digital é bastante promissor, principalmente pelo streaming, que está diretamente ligado à penetração do smartphone”, aposta Rosa.

A receita da área digital somou R$ 136,4 milhões e a do meio físico, R$ 237,7 milhões. Entre os 20 mais vendidos de 2013, apenas quatro são nomes estrangeiros – o brasileiro gosta de ouvir e cantar em sua língua, o que se reflete neste dado: 66% do faturamento se refere a repertório brasileiro; 28,8% a estrangeiro; 5% a música clássica.

Os dez mais vendidos do ano foram: Padre Marcelo Rossi, Roberto Carlos, Paula Fernandes (que aparece no ranking com três produtos diferentes), Anitta, Luan Santana, a gospel Damares, Padre Reginaldo Manzotti e o grupo inglês One Direction. Os três primeiros colocados foram EPs (CDs com menos músicas), formato que vem se popularizando entre os artistas brasileiros.

No top 20, estão relacionadas Lady Gaga, a coletânea Canções Mágicas Disney e a teen Demi Lovato.

O mercado físico está estabilizado, segundo a ABPD, e seus resultados oscilam conforme a performance individual dos nomes mais populares. Em 2011, por exemplo, o Padre Marcelo Rossi e seu Ágape Musical, e Paula Fernandes, com dois CDs e um DVD, alavancaram um crescimento de 8,4% no setor. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.