Parte 1

Sétimo filme de Harry Potter estreia nos cinemas

Quem acompanha a saga do bruxo Harry Potter percebe claramente a evolução do personagem ao longo dos anos. Seja nos livros e nos filmes, Potter deixou de ser uma criança bobinha para se transformar em um adolescente cheio de dúvidas, por vezes obscuro, ciente da responsabilidade ao qual foi lançado, atraindo a simpatia e interesse de muita gente.

Em seu novo filme, Harry Potter e as relíquias da morte parte 1, o sétimo da série adaptada dos livros de J.K. Rowling, ficou ainda mais evidenciado essa passagem da vida, pois fica na cara, logo nos primeiros minutos de exibição, o desafio pelo qual o bruxo de Hogwarts terá de enfrentar e o fardo que isso vai acarretar.

Este “começo do fim” (a saga termina na parte 2 do longa, que deve estrear em meados de julho do ano que vem), por assim dizer, revela-se como a produção mais sombria até este momento.

Com a ajuda de seus amigos Hermione e Rony Weasley, Potter terá de enfrentar grandes desafios contra o seu arquiinimigo, Lord Voldemort. Porém, a jornada será árdua e dolorosa e baixas acontecerão nos dois lados, que buscam a destruição (no caso do time do bem) – ou salvação (para os vilões) – das horcruxes, objetos que contêm partes da alma de Voldemort.

O ator que protagoniza a série, Daniel Radcliffe, consegue passar bem a dimensão exata do sofrimento do personagem ao longo da projeção. Sempre com o semblante duro e cansado, com pouco tempo para sorrir, ele nos convence que a carga emocional a que foi exposto, aliado às lutas contra os seguidores de Voldemort, conhecidos como “Comensais da morte”, é real e aterrorizante, tamanha a carga de adrenalina a que somos submetidos.

Emma Watson (Hermione) e Ruper Grint (Rony) estão à altura de Radcliffe e a química entre o trio funciona perfeitamente. Outro fator que contribui para o tom mórbido de Relíquias da morte reside na paleta de cores. Se nos outros filmes da série ainda havia um certo tom colorido, em especial nos dois primeiros (A pedra filosofal e a Câmara secreta), neste filme o cinza e o preto reinam absolutos.

Raras são as cenas em que a fotografia aposta em algo mais alegre, o que faz com que a desilusão, angústia e desespero de Potter, Hermione e Weasley fiquem ainda mais latentes como, por exemplo, na ríspida discussão entre Harry e Rony.

Acredito que, para quem cresceu acompanhando toda estas aventuras, restará a saudade que a saga irá deixar e a vontade de que a segunda parte venha logo para colocar um ponto final em uma febre que atingiu crianças, adolescentes até adultos.

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