Restrito a uma fatia seleta do País no começo da década de 1990, o Multishow exibia poucos clipes, até então difíceis de serem vistos. Com o boom da TV por assinatura e a ascensão da classe C, o canal abriu o leque para outras vertentes e, agora, vai dar voz ao subúrbio carioca com a estreia do seriado Vai Que Cola, marcada para a próxima segunda, 8, às 22h30. “A gente busca o popular”, reconhece Guilherme Zattar, diretor-geral da emissora.
A atração, anunciada como uma das suas maiores produções, é um reflexo do investimento no humor, um dos pilares do canal, que se firmou também em programas musicais e de viagem. Para sustentar os 40 episódios da primeira temporada, com capítulos de segunda a sexta, atores com passagens por novelas da Globo, como Cacau Protásio e Emiliano D’Ávila, foram chamados para se juntar a pratas da casa do Multishow, como Paulo Gustavo. “Ele funcionou bem desde o primeiro momento. Chegou com a explosão das assinaturas da classe C”, relembra Zattar.
O interesse da direção pelo gênero se deu em 2007, quando Cilada, série protagonizada por Bruno Mazzeo – que se tornou quadro do Fantástico -, estava no ar. “Começamos a buscar bons humoristas.” Para o seriado, cujo formato é de teatro televisionado, o canal bancou um palco giratório com lugares na plateia em uma área de uma casa de shows no Rio. “Colocamos ar-condicionado e isolamos acusticamente.”
Apesar de fazer parte da Globosat, um dos braços das Organizações Globo, trazer estrelas da matriz não é uma tarefa simples. “Para uma participação, a Globo libera. Mas, se um autor escalar o cara (para novela), me ferra. O pessoal de lá, quando não está na ativa, está descansando (a imagem).” Por isso, Zattar tratou de laçar os talentos à deriva. “Como a Globo não contratou a Cacau, a chamamos. A Fiorella (Matheis, também no elenco) estava sem contrato”, revela. Segundo o diretor, entre os nomes do canal pago “emprestados” para a irmã maior estão Miá Mello e Tatá Werneck, que, nos intervalos das gravações de Amor à Vida, dá expediente em uma nova atração de humor por lá.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.