O leitor que, assim como eu, está acima dos 30 anos ou que mantém um lado geek, certamente já ouviu falar da série de jogos Street Fighter. Embora faça sucesso junto aos gamers e tenha rendido uma série de animação e um longa animado interessantes, nas duas vezes em que se tentou fazer um “live action” (com atores reais) com Street Fighter, o resultado foi desastroso. Ou alguém, em plenas faculdades mentais, seria capaz de elogiar o filme Street Fighter (1994) e Street Fighter – A Lenda de Chun Li (2009)? Não mesmo.
Mas a coisa deu uma mudada a partir de 2010, quando o ator e dublê inglês Joey Ansah, cujo trabalho de maior relevância foi ter feito um vilão no filme O Ultimato Bourne (2007), assumiu, com a benção da Capcom (empresa que produz o jogo), um curta metragem batizado de Street Fighter: Legacy. Era tudo o que os fãs queriam. Em pouco mais de três minutos, o material mostra um combate entre o protagonista Ryu e o coprotagonista Ken, além de uma breve participação de Akuma (o próprio Ansah), que chamou a atenção dos adoradores da série, obtendo uma recepção mais do que positiva. Em apenas três minutos, o trabalho de Ansah foi mais Street Figther do que os dois longas.
Agora, Ansah elevou o trabalho para um novo patamar. O diretor, ator e roteirista criou a excelente websérie Street Fighter: Assassin’s Fist, que já está disponibilizada na Internet para quem quiser ver. Embora com episódios curtos (o mais longo não chega a ultrapassar 15 minutos de duração), Assassin’s Fist (punho assassino em português) mostra o treinamento dado por Gouken a Ryu e Ken na fictícia arte marcial Ansatsuken (com direito a hadouken, tatsumaki senpuu kyaku e shoryuken), a amizade e a rivalidade entre eles, além de mostrar o passado do mestre os protagonistas e sua relação com o irmão Gouki, que vai trilhar seu caminho no Satsui no Hado (intenção assassina).
Outro ponto que vai agradar é que a história do jogo foi respeitada e, o que é melhor, ela funciona bem. É difiícl não querer ver todos os episódios em sequência, ou, pelo menos, assistir o máximo possível dela. As atuações também não decepcionam, em particular a de Akira Koieyama, como o mestre Gouken. O ator dá a vida a um personagem que pode ser duro com seus alunos, mas não deixa de lado que também serve de um pai a eles.
Talvez, porém, por se tratar de algo muito específico, os espectadores que não fazem ideia do que seja Street Fighter possam ter dificuldades em sua compreensão, afinal de contas, não é todo dia em que os personagens possum a habilidade de disparar uma bola de fogo com as mãos ou de distribuir chutes giratórios no adversário.
Contudo, se você não liga para isso ou se encaixa na descrição feita logo no primeiro parágrafo, Assassin’s Fist é a sua série. Que venha logo a segunda temporada.
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