“Agora o bicho vai pegar!” Ainda é ficção, mas a bandidagem continua rolando solta nas ruas do Rio de Janeiro. O capitão está com a cabeça desorganizada, a relação com a mulher e o filho está abalada, e uma nova empreitada no trabalho o atormenta. Nos bastidores, o diretor de fotografia Lula Carvalho vê a melhor luz para destacar as entradas na cabeça do capitão, agora, visivelmente envelhecido. Rodrigo Pimentel, ex-integrante do Bope, dá algumas dicas para o protagonista. Está tudo pronto para começar. O diretor pede para a câmera fechar o ângulo. “Gravando”, grita ele. O capitão entra com a arma colada no rosto. Ele quer vingança. Afinal, perdeu seus parceiros numa emboscada.
Até agora, certamente, imagina-se que é Wagner Moura quem cruza o cenário de um morro. Mas não é. A estrutura, de fato, é de cinema, composta por Carvalho e Pimentel, ambos da equipe de “Tropa de Elite”. Mas não tem nada de morro nessa história. Na terceira e última temporada do seriado “Força-Tarefa”, que estreia quinta-feira, na Globo, quase tudo é gravado em estúdio. “Mas com pegada de cinema”, diz José Alvarenga Jr. Então, cinéfilos de plantão, preparem as pipocas de micro-ondas, porque a nova tendência na TV é trazer para novelas, séries e minisséries o universo das telonas. E como o público parece estar recebendo bem a novidade – a série “A Cura” (2010) e as novelas “Cordel Encantado” e “A Vida da Gente” usufruíram de técnicas cinematográficas e tiveram altos índices de audiência -, Alvarenga apostou no formato para encerrar a trajetória do capitão Wilson, vivido por Murilo Benício. “Há muitos anos, a TV flerta com o cinema. E, no gênero policial, onde há explosões, perseguições, o flerte é maior”, diz.
Ação, realmente, não faltará. Na trama, Wilson perderá os companheiros da corregedoria numa emboscada que havia sido preparada para ele, enfrentará crises no casamento com Jaqueline (Fabíula Nascimento), terá um filho e vai se aproximar da sargento Lidiane (Naruna Costa), uma ex-alcoólatra. “Ele se acha responsável pela morte dos amigos. Daí, começa a reavaliar a vida e a beber para fugir dessa perturbação”, conta Murilo Benício.
Para demonstrar tal depressão, Benício optou por raspar, com navalhas, duas entradas na cabeça. “Um amigo meu perguntou: ‘Você já não tinha ficado gordo na outra temporada? Por que isso agora? Meu, você não sabe atuar?”, diverte-se Benício. Enquanto isso, psicologicamente, o ator só buscou referências na própria trajetória. “Esse ano, faz 20 anos que estou na Globo. E com 40 anos de idade nas costas, estou calejado na vida (risos).”
Mais estreias – A cara de cinema também ronda o cenário da segunda temporada de “A Mulher Invisível”, que estreia hoje. “Continuamos gravando em ritmo de cinema, 12 horas por dia”, conta o diretor Claudio Torres. Nos oito novos episódios, Pedro (Selton Mello) continua enxergando Amanda, a mulher invisível, e morando com Clarisse (Débora Falabella). Com um adendo: agora, Clarisse também enxerga um homem invisível num dos episódios. Selton Mello, que comemora no cinema o lançamento de seu segundo longa, “O Palhaço”, dirige três episódios da comédia. “Atuar e dirigir é uma adrenalina enorme, mas aqui me sinto à vontade”, garante Selton, que, junto da equipe, resolveu desfrutar da gravidez da colega Luana Piovani para aprimorar a série. Num dos capítulos, Amanda ficará grávida. “Mas eu vou usar uma barriga postiça”, conta Luana. Estão previstas as participações de José Wilker, Louise Cardoso e Irene Ravache.
Com um novo elenco e também sob direção de José Alvarenga Jr., retorna sexta-feira à grade da emissora “Macho Man”. Dessa vez, com Nelson, vivido por Jorge Fernando, ainda mais confuso sobre a sua sexualidade. “Para uma segunda temporada, buscamos trazer coisa nova”, diz Alvarenga. A grande novidade será a aparição de Helô, uma namorada perua do cabeleireiro, vivida por Ingrid Guimarães. “É a minha primeira vilã. Ela é odiável, mas linda”, diz a atriz. As informações são do Jornal da Tarde.