Das 15 maiores bilheterias da história do cinema nacional, nada menos do que oito – ou seja, mais da metade – são filmes de uma trupe só, ‘Os Trapalhões’. O fenômeno do quarteto, talvez nunca mais repetido no Brasil, poderá ser rememorado a partir de agora quando a Europa Filmes começa a lançar 39 filmes ao preço de R$ 14,90 cada. Serão cinco títulos todos os meses e já estão nas lojas Cinderelo Trapalhão (1979), O Casamento dos Trapalhões (1988), Os Trapalhões e a Árvore da Juventude (1991), O Mundo Mágico dos Trapalhões (1981) e A Princesa Xuxa e os Trapalhões (1989).
Filmes como esses invariavelmente faziam mais de 3 milhões de espectadores e contavam com uma legião de convidados especiais, como Lucinha Lins, Gugu Liberato, Xuxa, Tarcísio Meira, Angélica Pelé, etc. “Os convidados se sentiam muito à vontade com a gente. Tenho muitas saudades da Xuxa e do Gugu. Eles viraram grandes amigos”, conta Dedé, que confessa que só agora está montando a coleção dos próprios filmes.
Embora considere todos os filmes como filhos, Dedé consegue eleger sem problemas aqueles que foram os mais inesquecíveis. “A Filha dos Trapalhões (1984) eu dirigi, então, foi marcante, assim como Os Trapalhões e o Mágico de Oróz (1984). Acho O Trapalhão na Ilha do Tesouro (1975) o mais engraçado e Aladim e a Lâmpada Maravilhosa (1973) o melhor trabalho de dupla entre mim e o Didi”, conta. “O Renato dava um clima de brincadeira de colégio. Só ficávamos estressados quando tínhamos de decidir a data de estréia. O Mussum e o Zacarias não se metiam em nada, apenas atuavam.
Até as dores de cabeça da época quando lembradas hoje viram doces memórias. Dedé se recorda do susto que o quarteto e a produção tomaram quando foram gravar O Rei dos Trapalhões (1979) na Mauritânia. “Chegamos lá e a guerra havia estourado. Tivemos de ficar escondidos no hotel.” Três anos antes, Dedé fez o trabalho que mais lhe cansou, O Trapalhão no Planalto dos Macacos. “Precisava ficar das 6h às 20h vestido de macaco, era infernal.
Dedé ainda sonha com a parceria no cinema. “Gostaria de fazer ao lado do Didi um remake de A Dupla do Barulho (1953), do Oscarito com o Grande Otelo.” Em se tratando dos Trapalhões, tudo é possível. Procurado pela reportagem, Renato Aragão não retornou ao pedido de entrevista. As informações são do Jornal da Tarde.