Sensibilidade no timbre da voz e na alma

A cantora de agudos afinados, visual exótico e composições próprias é uma das mais novas revelações da música popular brasileira. O sucesso de Vanessa da Mata se reflete em crítica positiva e show lotados.

Seu último prêmio foi como melhor cantora na categoria pop/rock no 6.ª edição do Prêmio Tim de Música. Também foi eleita, no final do ano passado, como a música número um entre os 25 melhores ritmos eleitos pela Revista Rolling Stone Brasil.

O hit escolhido foi Good Luck/Boa Sorte, fruto de sua parceria com o cantor pop norte-americano Ben Harper. Ela concorre ainda, no final deste mês, em quatro categorias no Prêmio Multishow de Música 2008.

Com seis anos de estrada a cantora tem uma carreira ascende. Sua estréia solo foi 2002 com o CD Vanessa da Mata. O remix de Não me deixe só ganhou as pistas de dança e outras duas músicas do álbum figuram a trilha sonora de novelas globais. Antes disso, a cantora já chamava a atenção por suas participações em shows de Milton Nascimento, Bethânia e Banden Powel.

A consagração pública chegou com a música Ai ai ai.., do segundo disco Essa boneca tem manual. Este foi o hit nacional mais executado nas rádios em 2006 e o álbum chegou ao Disco de Platina. O sucesso desmistificou os prognósticos de que Vanessa da Mata era muito sofisticada para o grande público brasileiro.

No ano passado, lançou o cd Sim, que já emplacou e é sucesso de público e crítica. Esse é o repertório do show que Vanessa da Mata apresenta amanhã, no Teatro Guaíra. A apresentação é uma promoção exclusiva que o Shopping Curitiba fez para o Dia dos Namorados.

No clima romântico do show e com muito bom humor Vanessa da Mata concedeu uma entrevista exclusiva onde fala do seu estilo, degradação ambiental e da sua música, é claro. Uma conversa sensível e zen.

O seu trabalho vem sendo reconhecido pela crítica de uma maneira contundente. O público está reconhecendo seu trabalho na mesma proporção que os críticos?

Vanessa da Mata – Bem, percebo que sim porque os shows estão sempre lotados! E as músicas tocam muito em rádio, que é um resultado de pedidos do público e audiência do ouvinte.

Você cresceu em meio a uma natureza forte e exuberante. O quê, destes referenciais de infância, você traz até hoje para sua música?

Vanessa da Mata – Trago tudo isso em minha formação como ser humano e sinto em dizer que a Natureza onde eu vivi foi depredada, destruída e desrespeitada. Passo muito mal, muitas vezes, quando vou de volta para férias em minha cidade natal, no Mato Grosso. Não é lenda o que falam sobre o desmatamento e queimadas no estado. É uma visão ?Blade Runner? dos infernos. Às vezes falo sobre isto, como fiz na música Absurdo, mas continuo lembrando da minha infância e alegrias.

As parcerias parecem ser fundamentais na sua trajetória. Com uma rotina bem movimentada, quando e onde você encontra espaço para reencontrar seus parceiros?

Vanessa da Mata – Encontro espontaneamente. Quando estão perto ou quando o acaso permite. Um exemplo é como aconteceu com o Ben Harper: a coincidências e a tecnologia ajudam. Geralmente é de uma maneira muito tranqüila.

No seu primeiro e último cd você colocou textos na abertura que, além das suas músicas é claro, mostram bastante sua personalidade. Qual e a vantagem e desvantagem de se mostrar?

Vanessa da Mata – Não existe vantagem ou desvantagem. Eu não tenho a vantagem de me esconder totalmente, ao mesmo tempo posso contar estórias de outras pessoas. No texto inicial do encarte, acho que realmente estou nele. Nas músicas em geral, a forma como escrevo é minha. Alguns pensamentos são integralmente meus, mas muitas vezes me dou ao luxo de falar de outros.

O que tem tocado na sua ?rádio? ultimamente? O que você ouve e o que tem influenciado você nos últimos tempos?

Vanessa da Mata – Tenho ouvido uma banda chamada Koop. Ouço de tudo um pouco: de rock inglês a músicas caipiras antigas. De Chico Buarque a Bjork.

Você tem um estilo próprio e marcante, admirado por muitas mulheres. Como você faz esta composição do seu visual?

Vanessa da Mata – Gosto de visuais vaporosos, lúdicos e diferentes que me deixem longilínea e feminina. Geralmente opto pelos que são confortáveis.

Você já esteve em Curitiba antes, qual sua opinião do público daqui?

Vanessa da Mata – O público foi maravilhoso! Me diverti muito no meu último show, aliás me lembro do público curitibano desde a minha primeira vez na cidade no Teatro Paiol. Os curitibanos podem sempre esperar de mim shows de acordo com o público daqui: alegre, profundo e íntegro.

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