Senai apresenta mostra de trajes franceses de época

Os tipos de roupas usados no decorrer dos anos, em todo o mundo, trazem reflexos da situação política e dos comportamentos. Por isso, as vestimentas (principalmente das mulheres) são mecanismos eficazes de avaliação da cultura e do desenvolvimento de cada época da humanidade.

Com o intuito de mostrar um pouco dessa avaliação, uma exposição de trajes femininos franceses foi aberta nesta semana no Espaço SENAI (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) Mais Design, no Cietep, em Curitiba. A mostra, intitulada de História do vestido na França, da Idade Média aos anos 50, ficará no local até o dia 28 de janeiro.

A ideia da exposição surgiu de um trabalho acadêmico realizado pela designer e estilista Fernanda Gomides, de Manaus (Amazonas). Ela confeccionou os trajes, com base em pesquisas feitas em conjunto com a historiadora francesa Therese Aubreton.

Além dos vestidos, o visitante poderá observar os tipos de penteados utilizados em cada época, os chapéus e bijuterias, além de outros acessórios, como xales. As roupas estão vestidas em bonecas de 50 cm de altura, acompanhadas de textos que contextualizam a época de cada vestimenta.

“O visitante poderá entender o que estava acontecendo na França e no Brasil em cada época. Houve um tempo em que a França era o país que ditava a moda, hoje temos outros países, como Itália, por exemplo. Quem visitar a exposição irá entender um pouco do comportamento, dos tecidos, adereços, enfim, tudo que era utilizado na França, e os textos explicam também o contexto do Brasil em cada época correspondente”, observa o curador da mostra, Reinaldo Tockus.

A moda no tempo

A exposição inicia na Idade Média, quando as mulheres usavam roupas que lembravam o desenho do estilo gótico. A silhueta mais alongada, sem tantos acessórios.

Depois vem o período do Renascimento, com a Itália influenciando a França em vários aspectos, inclusive na moda. Os tecidos são mais elaborados (com estampas e rendas) e o formato das saias é mais volumoso.

No século XVII, o estilo Barroco está em alta, e o luxo prepondera nos vestidos (época do Brasil Colônia). Depois, já no século XVIII, inicia o estilo Rococó, com tecidos mais sofisticados, babados e flores (predominava na época o “exagero dos exageros”).

Ainda no século XVIII, as mulheres chamam a atenção com os cabelos arrumados em coques altos na cabeça. Logo em seguida vem a Revolução Francesa, e as roupas mudam completamente, trazendo mais simplicidade e conforto.

No Primeiro Império da França as roupas voltam a ser um pouco mais sofisticadas (mas bem menos do que na era dos “exageros”), com a cintura marcada abaixo do busto.

No Segundo Império, a burguesia passa a ter acesso às roupas da nobreza e, finalmente, chega o final do século XIX com a Belle Époque e a Art Nouveau, com as vestimentas mais justas e elegantes. Nos anos 20, depois da primeira guerra mundial, as mulheres vestem roupas mais funcionais e, nos anos 50, surge o New Look de Dior.

A exposição é itinerante. Veio de Manaus e depois de Curitiba segue para o Rio de Janeiro. Aqui, a mostra foi viabilizada pela escola de idiomas Aliança Francesa. A diretora do local, Laure Gyselinck, ressalta que a exposição é bastante original na medida em que traz o contexto histórico não só da França, mas também do Brasil. O SENAI oferece no Paraná o curso de Estilismo, além de consultoria na área.

Serviço

Exposição História do vestido na França, da Idade Média aos anos 50. Até o dia 28 de janeiro, no Espaço SENAI Mais Design, no Cietep (Av. Comendador Franco, 1341, Jardim Botânico, Curitiba), das 8h às 18h. Informações pelo 0800-643-7475. Entrada franca.

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