O 108.º aniversário de Pixinguinha será comemorado em Curitiba com muita música. Amanhã, 23 de abril (data de nascimento do grande mestre da MPB), o Clube do Choro de Curitiba promove dois grandes eventos gratuitos para o público. O primeiro é a tradicional roda de choro da Boca Maldita, no calçadão da Rua XV de Novembro, a partir das 10h. Depois do almoço, às 14h, o grupo Simplicidade dá seqüência às homenagens com uma apresentação ao ar livre no Jardim Botânico. Para encerrar as comemorações, no domingo à tarde acontece um festival de choros inéditos, no Espaço Cultural Beto Batata (R. Professor Brandão, 678, Alto da XV), também com entrada franca.
Para o sócio-fundador do Clube do Choro de Curitiba João Egashira, o movimento do choro em Curitiba hoje é resultado de duas vertentes: do conservatório de MPB e da velha guarda dos chorões da cidade. O melhor de tudo é que existe uma relação muito saudável entre as gerações de instrumentistas. E essa troca permanente dos músicos mais jovens com os veteranos traz, por conseqüência, uma saudável e gradual renovação dos chorões da cidade.
?O que tem acontecido é que tem muitos jovens tocando no Brasil. Acho que esse interesse é porque o choro é um gênero muito brasileiro. Ele tem suíngue, a harmonia e a melodia são bonitas e ainda há um componente de tristeza e ao mesmo tempo alegria, como a nossa realidade?, considera o músico.
Outra avaliação positiva que Egashira faz sobre o choro na cidade, é sobre o fato dos músicos jovens não apenas estarem tocando, mas principalmente, compondo. ?Isso é fundamental. Eu tenho visto muitas coisas inéditas de altíssima qualidade. A composição traz o reflexo da contemporaneidade?, diz. De fato, nos dois anos de atividade, o Clube do Choro de Curitiba tem promovido festivais mensais de choros novos. A iniciativa tem se revelado um sucesso: ?Nestes dois anos foram compostos mais de 150 choros e conseguimos estimular a produção dos músicos locais com uma média de sete composições inéditas por mês?, comemora.
Neste domingo, dia 24, tem mais uma edição do festival. A inscrição do choro pode ser feita na hora e o único pré-requisito é que a composição seja inédita. O resultado da disputa sai no mesmo dia e o voto é dado pelos integrantes do clube do choro, músicos participantes e pelo público.
?A nossa maior preocupação é, além de tocar os choros tradicionais – que corresponde a linha mestre do gênero é, ao mesmo tempo, apresentar nossa produção. Quanto mais gente tocar e compor, melhor. O choro é uma coisa cultural que reflete no músico, o brasileiro que tem dentro dele. Quem não gosta de choro é porque não conhece?, conta Egashira. O músico adianta que todo o material dos festivais está sendo gravado e o próximo passo é fazer um livro de partituras com os choros participantes.
Serviço: Semana Nacional do Choro.
Sábado, dia 23, roda de choro na Boca Maldita, às 10h. Grupo Simplicidade no Jardim Botânico, às 14h.
Domingo, dia 24, Festival de Choro – Mostra competitiva de choros inéditos, no Espaço Cultural Beto Batata (R. Professor Brandão, 678, tel: 262-0840).
Todos os eventos têm entrada franca.