Apenas um ano depois de sua estreia em São Paulo, o Clube do Choro acaba de cancelar toda a programação do mês de julho por falta de verbas e não tem perspectiva de voltar. O Clube, que funciona no reformado Teatro Arthur de Azevedo, na Mooca, foi uma criação do prefeito Fernando Haddad, que se aproximou e ganhou apoio dos músicos na época do lançamento. A estreia foi comemorada, já que São Paulo passou a contar com apresentações gratuitas de choro em todos os primeiros finais de semana do mês, em um teatro com acústica bem tratada e músicos remunerados.

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Em entrevista na tarde desta quarta-feira, 6, na ‘Rádio Eldorado’, Fernando Haddad reagiu à pergunta do repórter com espanto: “Prefeito, e o Clube do Choro? Um ano depois o clube está sufocado. Eles não têm mais dinheiro nem para a programação de julho. O senhor está sabendo disso?” Com expressão de surpresa, Haddad disse que não sabia de nada e que iria falar com a secretária da Cultura, Maria do Rosário, para saber o que havia acontecido. “Eles têm meu telefone. Danilo Brito (músico de choro) devia ter me ligado”. O bandolinista Danilo está afastado da coordenação do Clube desde o início do ano.

Depois da entrevista com o prefeito, a reportagem falou com o atual diretor do Clube, o músico Yves Finzetto. Ele disse que não há perspectivas de retorno e que o prefeito ficou sabendo da crise por meio de um interlocutor, o jornalista, músico e incentivador, Luis Nassif. “Eles trocaram mensagem e o Nassif alertou sobre a crise, mas o prefeito deixou as coisas no ar e ninguém fez nada”.

Os músicos seguirão, mesmo sem receber, com as rodas de choro que acontecem aos sábados à tarde. “Vamos fazer isso para não perder o espaço”, diz Yves. Ao final da entrevista na Eldorado, o prefeito reafirmou ao repórter “As pessoas sabem o quanto eu lutei por esse projeto. Para quantos ouvintes eu prometi no ar aqui na rádio? Vai ter Clube do Choro sim”.

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