“Não podemos contar nada. Vocês não vão ter de procurar notícias com outras pessoas”, diz o ator James Purefoy ao sentar à mesa com jornalistas para falar da segunda temporada de The Following. Só sua presença ali já entrega algo: quer dizer que seu personagem, o vilão Joe Carroll, mente por trás do culto que é o centro da produção que retorna nesta sexta-feira, 31, às 22h25, ao Warner Channel, ainda está por aqui no segundo ano.

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O consultor do FBI Ryan Hardy (Kevin Bacon) nunca acreditou na morte dele na explosão do último capítulo. Um ano depois, ela é “comemorada” com um massacre no metrô que deixa apenas uma sobrevivente, Lily Gray (Connie Nielsen). O criador e produtor Kevin Williamson explica a relação dela com Hardy. “Ele se sente responsável pelo que acontece com Lily. Quer ajudá-la e se aproxima dela.” O produtor ainda acrescenta: “Adoro histórias de amor, quero que haja algo real aqui”.

Depois da relação atormentada com a ex-mulher de Carroll, Claire Matthews (Natalie Zea), morta no fim da primeira temporada, será que finalmente Ryan vai ter uma relação estável? Improvável. Agora afastado do FBI, dando aulas, Hardy está mais leve. Mas logo se vê arrastado para um novo jogo de gato e rato com o serial killer e seus seguidores.

Claro que os personagens, sejam mocinhos ou bandidos, vão ter de lidar com os traumas do ano anterior. Emma Hill (Valorie Curry) perdeu tudo: seu amado Jacob (Nico Tortorella), que, a bem da verdade, teve a garganta cortada pela namorada, sua casa e seu ídolo de adolescência, Joe Carroll, que acredita estar morto. Para a atriz, “todo mundo mudou, morreu e renasceu”. Quando uma jornalista sugere que Emma é a maior vilã da história, Curry defende sua personagem apaixonadamente.

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“Ela assassinou duas pessoas e foram experiências emocionalmente muito fortes. Não tem sede de sangue. Não se importa de matar, mas não gosta, ao contrário de Joe. Todas as suas ações vêm de sua devoção e amor por Joe. Na verdade, ela é a maior vítima”. James Purefoy, obviamente, acha que ninguém é bonzinho na história. “Todos são assassinos em potencial ou sonham em cometer atos de violência antes de entrar no culto. Joe não transforma pessoas inocentes em assassinas, apenas identifica quem já é mau.”

“Aqui, ninguém tem segurança no emprego, sempre ficamos felizes de sobreviver a um episódio. Nunca sabemos se um personagem vai viver ou morrer até receber o roteiro”, brinca Bacon. ” E, como os textos costumam chegar com poucos dias de antecedência e continuam sendo alterados à medida que são filmados, o estado de incerteza é uma constante. Acostumado com as histórias mais fechadas dos filmes, o ator estranhou no começo. “É preciso fazer a lição de casa: pensar em quem esse cara é e ficar confiante de que, quando algo acontecer, você vai ser capaz de colocá-lo naquela situação. É preciso lutar pelo que acredita que ele faria.”

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The Following foi criticada pela violência, algo que não incomoda Kevin Williamson: Se você não gosta da violência, mude de canal”. Ao mesmo tempo, acredita que os títulos de hoje são apenas um espelho de nosso tempo e da sociedade em que vivemos. “Por que de repente todos esses seriados pós-apocalípticos, com zumbis e tal, ficaram populares? Somos um país em guerra, não poderia achar uma alegoria melhor”, afirmou. No caso de sua obra, a reflexão é sobre a doença mental, outro assunto em voga por causa dos massacres cometidos por jovens em escolas e universidades. “Quando começamos a tratar psicopatias como parte da personalidade?”, questiona. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.