Seis séculos de trabalho e criatividade com o cumprimento dos grandes mestres da história da arte tornam a gravura objeto de desejo, instrução e ensino. Desde seu surgimento, no século XVI, até os movimentos da arte contemporânea, ela passou por diversas técnicas e do status de catálogo, passou a arte definitiva.
No intuito de apresentar ao público obras dos principais nomes da arte ocidental, o Museu Oscar Niemeyer (MON) expõe desde ontem, a mostra Seis séculos da arte da gravura, com 150 obras provenientes de museus como: Het Hembrandthuis (Holanda), Schloss Moyland (Alemanha) e Jenisch Vevey (Suíça), além de coleções particulares da Bélgica.
Gênios como Rembrandt, Goya, Manet, Rodin, Toulouse-Lautrec, Kandinsky, Miro, Chagall, Picasso e Dali, que fizeram das gravuras um berço para pinturas que são hoje referência na arte mundial, estão reunidos, ao menos na profundeza de suas tênues obras, nesta mostra. ?Escolhemos obras desde a invenção da xilogravura (como a gravura mais antiga na exibição, de Albrecht Dürer, com aproximadamente 1.500 anos), até obras de artistas contemporâneos menos conhecidos, mas importantes?, afirma o curador Pieter Tjabbes. O público tem acesso a trabalhos elaborados nas diversas técnicas que a gravura abrange, como: xilogravura, litografia, serigrafia e gravura em metal.
Segundo os curadores Filip Le Roy e Ed de Heer, no século XVI os pintores utilizavam a gravura para distribuir amostras de suas obras aos profissionais da área, e assim receber novas encomendas. Mas logo foi descoberto o caráter próprio da arte gráfica. ?A gravura possui propriedades que exigem uma grande união de meios, uma série de passos intermediários, antes que a imagem seja distinguida como arte plástica.
Warhol revolucionou na gravura com a pop art. |
Através do trabalho gráfico podemos conhecer melhor a personalidade de um artista??, explicam. Na última terça-feira, um desenho do espanhol Francisco de Goya y Lucientes (1746-1828) foi vendido pela casa de leilões Christie?s, por US$ 2,89 milhões, o maior valor já oferecido por uma gravura. Intitulada El toro mariposa, a obra é um desenho surrealista feito em papel.
Para Seis séculos da arte da gravura, Ed de Heer, Filip Le Roy e Pieter Tjabbes optaram por delimitar um recorte curatorial conciso. ?Queremos manter uma visão histórica de longo alcance e, ao mesmo tempo, organizado em um discurso particular??, afirma Le Roy.
Para tanto, a exposição se divide em gravuras originais e as de reprodução ou de interpretação. Uma gravura é considerada original quando sua elaboração é feita sem a assistência de um engenho ou processo químico suplementar. A versão (reprodução) é usada quando um artista plástico repassa seu trabalho para a execução de uma técnica suplementar, aos cuidados de outro profissional.
Serviço:
Mostra Seis séculos da arte da gravura, com obras do século XVI ao XXI. A exposição fica aberta até o dia 11 de fevereiro, no Museu Oscar Niemeyer, de terça-feira a domingo, das 10h às 18h. Mais informações pelo telefone (41) 3350-4400.