Foto: Jorge Rodrigues Jorge/Carta Z Notícias |
Fernanda de Freitas: ?Meu desejo era conhecer a Xuxa.? |
Fernanda de Freitas já não era mais nenhuma criança quando largou tudo para ir atrás da Xuxa. Aos 20 anos, ela se despediu dos pais, em São José do Rio Preto, no interior de São Paulo, abandonou a faculdade de Psicologia no segundo ano e partiu atrás da ?rainha dos baixinhos?. Isso mesmo: depois de passar em um teste, a atriz mudou-se para o Rio de Janeiro para integrar o grupo Garotas do Zodíaco, do extinto Planeta Xuxa, da Globo. ?Meu desejo era conhecer a Xuxa e ponto?, confessa. Mas trabalhar durante um ano no programa acabou motivando Fernanda a estudar teatro. ?Quando saí da primeira aula, liguei para o meu pai e disse que queria investir na carreira de atriz?, emociona-se. Hoje, aos 26 anos, a atriz já coleciona cinco novelas globais no currículo. Atualmente, Fernanda dá vida à atirada caixa de padaria Leila Aparecida Leiva Barra, em Pé na jaca.
Em relação à sua personagem na trama das sete da Globo, Fernanda conta que foi buscar na infância, passada em Paranaíba, no interior do Mato Grosso do Sul, referências para compô-la. ?Nasci em São José do Rio Preto, mas fui criada pelos meus avós em Paranaíba. Essa ingenuidade do interior me ajudou a compor a Leila?, explica. Na novela de Carlos Lombardi, a personagem de Fernanda é noiva do padeiro Tadeu, vivido por Rodrigo Lombardi. Apesar de se insinuar para todos os rapazes da fictícia Deus Me Livre e principalmente para o cunhado Lance, interpretado por Marcos Pasquim, ela se faz de difícil para o noivo. ?Minha personagem se faz de santa só para o noivo, mas dá em cima de todos os homens da cidade?, descreve, rindo.
Em sua terceira novela de Lombardi, a atriz já está acostumada com o texto ágil e bem-humorado do autor. ?Novela do Lombardi não dá tempo de respirar. Mas adoro esse ritmo intenso?, elogia. A atriz gosta tanto dessa agilidade que, quando atuou em Como uma onda, de Walter Negrão, teve de desacelerar um pouco. ?Tive de me desacostumar do ritmo do Lombardi?, recorda. Apesar de sempre ser convidada para participar das novelas de Lombardi, Fernanda admite que, desta vez, sua semelhança física com Deborah Secco foi o que impulsionou o autor a convidá-la para participar da trama. ?Por ser irmã caçula da Deborah na novela, tinha de ser pelo menos um pouco parecida com ela fisicamente?, conta.
A semelhança física com Deborah Secco, no entanto, nunca foi um problema para a atriz. Pelo contrário. Fernanda sempre lidou bem com as comparações feitas entre elas desde que estreou na tevê. ?Só me incomodou na época em que os jornalistas só atentavam para isso e sempre que iam me entrevistar tocavam no assunto?, desabafa. Hoje em dia, porém, ela até brinca com o fato de ser muito parecida com a colega de elenco. ?É um presente fazer a irmã da Deborah. Está sendo superengraçado e bacana demais?, derrama-se.
Desde que estreou na Globo, em Coração de estudante, a atriz se dedica a aulas de interpretação. Tanto que em Kubanacan, sua segunda novela na Globo, mostrou-se bem mais segura em cena como a sedutora e atrapalhada Consuelo. Mas a carreira da atriz deslanchou mesmo quando ela deu vida à mergulhadora Amanda em Como Uma Onda, de Walter Negrão. Em seguida, Fernanda não perdeu tempo e logo aceitou incorporar a Catty, de Bang Bang. ?O Lombardi me convidou para fazer Pé na jaca na festa de encerramento de Bang Bang. Disse que já estava escrevendo uma personagem especialmente para mim. E era a Leila?, orgulha-se.
Tudo pelo cinema
Além das gravações de Pé na jaca, Fernanda de Freitas ainda encontra tempo para se dedicar a projetos paralelos. No momento, a atriz se concentra nas filmagens do longa Tropa de elite, do cineasta José Padilha, que deve estrear ainda este ano. O filme enfoca o grupo especializado no combate ao tráfico nos morros cariocas por meio da trajetória de três oficiais, interpretados pelos atores Wagner Moura, Caio Junqueira e André Ramiro. Na produção, Fernanda interpreta uma estudante da PUC que trabalha no morro e é assassinada por traficantes. ?Apesar de trágico, o filme é maravilhoso?, opina.
O longa policial de José Padilha, no entanto, não é a primeira experiência de Fernanda no cinema. Em 2005, a atriz encarnou uma prostituta no longa Cidade Baixa, de Sérgio Machado. Em 2006, Fernanda também apareceu na telona ao dar vida à filha da estilista Zuzu Angel no filme homônimo de Sérgio Rezende. Também no ano passado, a atriz participou das gravações do filme A Casa da Mãe Joana, de Hugo Carvana, ainda sem data de estréia. ?Fico feliz de ter entrado para esse time do cinema. Ele me dá oportunidade de viver personagens totalmente diferentes do que os que eu faço na tevê?, alegra-se.