Após ação de despejo expedida na sexta, 15, o grupo Pessoal do Faroeste pode ter de deixar sua sede na Rua do Triunfo, local que ocupa há oito anos, na região da Cracolândia.

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A decisão pede reintegração de posse do prédio e rescisão do contrato de locação firmado entre as partes, o diretor Paulo Faria e o proprietário João Roberto de Ângelo, bem como determinar despejo do imóvel em razão da falta de pagamento das mensalidades.

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Segundo Faria, o valor em débito é de R$ 132 mil, correspondente a 12 meses, entre 2017 e 2018, e o período de outubro de 2018 a fevereiro de 2019. R$ 55 mil. Em busca de negociação, o diretor afirma que existe uma proposta de pagamento de parte do valor ao proprietário – de outubro de 2018 a fevereiro de 2019 – com recursos provenientes do Fomento ao Teatro, lei municipal de incentivo à produção teatral continuada, edital que contemplou a companhia na última edição. “Nós temos dinheiro para pagar mas também queremos ter a chance de encontrar uma solução pública.” Além da sede da companhia, o prédio abriga aulas de cursos universitários, oficinas, encontros e fóruns relacionados ao debate de política de drogas e direitos humanos.

Segundo o advogado do proprietário, Mario Takahashi, é do interesse de Ângelo manter o aluguel do espaço. “O motivo da reintegração de posse é longo atraso nos pagamento. Caso eles queiram permanecer no espaço, será preciso quitar o valor.”

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Além do espaço no número 301, o Faroeste mantém as atividades do Ateliê Amarelinho um espaço de criação e desenvolvimento artístico organizado e ocupado por diversos artistas. O prédio no número 305 não está no objeto da ação, por ser de outro proprietário.

Nos últimos anos, o caso é mais um episódio que se repete na cena teatral paulistana. Grupos que perdem suas sedes despertam o debate sobre a criação de soluções que garantam a manutenção de espaços culturais independentes.

Em um edital como o Fomento, que contempla, a cada semestre, a produção de grupos teatrais de pesquisa, mais de 30% do valor dos prêmios é destinado ao pagamento de aluguel e despesas de manutenção de espaço das companhias. A cada semestre, a sensação é de constante risco, para os grupos, para os espaços, para a cultura e para a cidade.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.