O crítico e teórico de teatro Sebastião Milaré morreu na manhã dessa quinta-feira, 10, às 9h30, no Hospital Cruz Azul de São Paulo, no bairro do Cambuci. Com câncer no intestino diagnosticado há cerca de um mês, ele estava internado desde a última segunda-feira. Seu corpo foi velado às 18h dessa quinta, no cemitério Jardim da Colina, em São Bernardo do Campo. O enterro ocorre nesta sexta-feira, 11, no mesmo local, às 11h.
Nascido em Guapiaçu (SP), Milaré assinou críticas teatrais na década de 1970, no Diário do Grande ABC. Estudioso da obra de Antunes Filho, publicou ensaios sobre o trabalho do diretor. Foi curador teatral do Centro Cultural São Paulo (CCSP) entre 1994 e 2010. Recentemente, participou da produção de programas relacionados a teatro no canal a cabo Sesc TV sob direção de Amílcar Claro, como o Teatro e Circunstância, ainda no ar. “Viajamos o Brasil inteiro atrás de companhias de teatro para o programa”, diz Claro. “A morte de Milaré é uma profunda tristeza.”
Abalado, Antunes Filho não teve condições de falar com a reportagem do jornal O Estado de S.Paulo sobre a morte do amigo.
Milaré passou seus últimos dias sob os cuidados da irmã mais velha, Catarina Milaré da Cruz, e de sua sobrinha, Célia Regina Vieira de Cruz. “Ele era uma pessoa simples, carinhosa, com uma inteligência que poucos têm”, diz Célia. “Nunca fez faculdade, mas foi chamado para compor várias bancas.”
Pelo Facebook, o diretor Ruy Cortez fez seu comentário. “À frente da curadoria teatral do CCSP, por anos e anos, acredito que mais de 90% do teatro paulistano e grande parte do teatro brasileiro passou por lá. É uma perda incomensurável.”
Morador do centro de São Paulo, Milaré teve seu prédio interditado após um incêndio em uma academia em novembro de 2013. Desde então, ele passou a morar em uma quitinete na Rua Barão de Itapetininga. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
