Foto: Adriana Baffa
Os jurados do programa são o diferencial: sabem do que falam e falam sem papas na língua.

Ídolos, do SBT, surge depois de algumas tentativas nada interessantes de concorrer com os reality shows da Globo. Cópia fidelíssima do americano American Idol, tanto na música, como abertura, cenários e formato, o novo programa do SBT parece ter boas chances de dar certo. Tanto que a audiência do programa cresce a cada edição. Enquanto na estréia a média foi de 10 pontos, com share de 14%, a última edição do programa, um especial de duas horas de duração no domingo, dia 23, bateu o Domingão do Faustão, da Globo, com 15 pontos contra 14 do rotundo apresentador.

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Diferentemente dos outros programas já feitos pela emissora, desta vez o SBT paga direitos autorais para a americana Fremantle, dona do American Idol – exibido no Brasil pelo canal pago Sony. Isso torna a versão brasileira uma cópia fiel e sem culpas. E tal qual o original, Ídolos pretende lançar um brasileiro no mercado musical com tudo o que tem direito – o vencedor ganha um contrato assinado com a Sony Music – através de provas musicais e eliminação definida pelo público.

 É uma espécie de Fama sem o confinamento. E assim como no American Idol, os jurados são o diferencial do programa. Mas ao contrário dos americanos Simon Cowell, Randy Jackson e Paula Abdul, os julgadores brasileiros entendem do riscado. Arnaldo Sacomani, Thomas Roth, Eduardo Miranda e Cynthia Zamorano, a Cys, são produtores musicais de gente como Skank, Rappa, Tim Maia e Rita Lee, e sabem do que estão falando. E falam mesmo. Sem papas na língua, chegam a humilhar os candidatos no esquema "você gosta de cantar? Então trate de aprender". Mas eles também sabem reconhecer uma boa voz e não poupam elogios e até palmas para dar o tão sonhado "sim" aos que buscam um lugar ao sol.

 Há momentos, no entanto, em que os jurados inspiram pena. Como quando têm de segurar o riso, às vezes sem sucesso, diante do visual de alguns candidatos. Isso sem falar na obrigação de ouvir as pérolas do cancioneiro nacional serem massacradas impiedosamente. De acordo com a produção do programa, 12 mil candidatos compareceram às audições em cinco capitais do país: Recife, Rio, Brasília, São Paulo e Porto Alegre. Desses, 120 passam para a próxima fase, que acontece em São Paulo, com novas audições. Trinta candidatos serão escolhidos e a partir daí é o público que vota.

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A explicação do mecanismo do programa foi dada na estréia. E foi meio cansativa. O casal de apresentadores Lígia Mendes e Beto Marden mostrou, passo a passo, as regras do programa. Bem à vontade em frente das câmaras, a moça dá um banho no sujeito, que parece não saber o que está fazendo ali. Mas é explicado: Lígia já apresentou um programa de clipes e sabe falar para o público jovem. Seu companheiro, Beto, é ator de musicais e poderia facilmente ser um dos candidatos a ídolo. No entanto, a dupla interage bem com os concorrentes. Em cada canto do país eles dão força, quebram o gelo e até consolam quem recebeu um "não" dos jurados.

 Tecnicamente falando, a edição ágil do programa vale ser mencionada. Tal qual um reality show deve ser, o formato de Ídolos é dinâmico e prende a atenção. O SBT investiu pesado – cerca de R$ 12 milhões – e conseguiu fazer um programa muito bem produzido, com trilha sonora que pontua bem cada momento – destaque para as eliminações, onde cada candidato ganha uma música incidental.

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