A estréia de Ana Paula Padrão no comando do SBT Brasil era bastante aguardada. A ida da apresentadora e jornalista para a emissora de Silvio Santos foi feita com grande estardalhaço e criou uma ?aura? de muita expectativa. Com a ?missão? de mostrar que o SBT é capaz de produzir e manter um telejornal diário de boa qualidade, Ana Paula se armou de todos os ?artifícios? para fazer bonito. E foi realmente o que aconteceu. A apresentadora, sempre segura de si, não decepcionou. Como era de se esperar, ela correspondeu à altura e demonstrou desenvoltura em comandar o novo telejornal do SBT.

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O único senão ficou por conta das ?boas-vindas? dada pelo presidente Lula na primeira edição do telejornal. Seu discurso foi tão cordial e afetuoso que deu um ?ar? meio ?chapa branca? à estréia do telejornal. Além disso, no atual momento político, Lula talvez não seja a presença mais adequada para simbolizar a credibilidade que um programa jornalístico deve ostentar.

Mas se Lula já viveu melhores momentos, Ana Paula Padrão, por seu lado, esbanja credibilidade. E a apresentadora prova que ainda sabe perfeitamente como agradar aos telespectadores. À frente da bancada do telejornal, Ana Paula demonstra segurança e está cercada por uma boa equipe jornalística. Com um ?time? de 60 pessoas em São Paulo, mais 25 em Brasília e 15 no Rio de Janeiro, o SBT Brasil não faz feio. As matérias não são abordadas com superficialidade. Pelo contrário, ?dissecam? bem os temas abordados e são conduzidas com correção. E a edição das matérias, por sua vez, também é feita de forma correta. As imagens não se repetem e conseguem ?ilustrar? as reportagens. Além disso, o novo telejornal conta com a presença de correspondentes espalhados pelo mundo, como é o caso dos repórteres Marcelo Torres, de Londres, Paula Schmitt, do Oriente Médio, e Élcio Ramalho, de Paris.

Além dos correspondentes, o telejornal traz também três comentaristas. São eles os responsáveis por abordar alguns temas apresentados no jornalístico. Eliane Catanhêde é a responsável pela análise política. Já Sérgio Dávila e Marília Paiotti comentam, respectivamente, sobre os assuntos internacionais e econômicos. Mas a intenção de fazer do SBT Brasil um jornalístico mais conversado e informal, como gostaria Ana Paula, parece que ficou um pouco esquecida. A dobradinha entre apresentadora e os analistas ainda está meio ?engessada?, principalmente porque Eliane Catanhêde deixa a desejar. Ela tece os comentários de maneira confusa e um tanto desajeitada. Já Sérgio Dávila é mais seguro em suas considerações, além de ostentar visual bem despojado, algo pouco comum em telejornais.

Cenário harmonioso

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O cenário, por seu lado, é um capítulo à parte. Sem ?arroubos? estéticos ou ?elementos? desnecessários, o SBT Brasil conta com uma ?decoração? bastante sóbria. As cores predominantes são o azul e os tons avermelhados, que vão do laranja ao lilás. Ana Paula parece se sentir bem à vontade e se comporta integrada ao cenário, sem ficar ?sobrando?. Na chamada das notícias do dia, Ana Paula aparece em pé à frente de um telão, que apresenta imagens das principais matérias do dia. Após um pequeno intervalo, a apresentadora aparece devidamente sentada atrás da bancada para comandar o programa.

 Já ao longo da edição, o telejornal resolveu inovar. Isso pôde ser observado antes de cada um dos ?breaks?. Ana Paula é revelada por uma câmara lateral que vai se aproximando dos dois telões ao fundo, que passam as vinhetas das duas principais reportagens do próximo bloco. O recurso é pouco usual e mostra-se interessante e diferente. Respirando novos ares, depois de cinco anos à frente do Jornal da Globo, Ana Paula se mostra disposta a comandar um telejornal sem ?firulas? ou exageros e com uma cobertura bastante abrangente. A audiência, por enquanto, parece promissora: na estréia, média de 10, com picos de 12 pontos.

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