A Terra do Fogo, no extremo Sul da Patagônia, na Argentina, é uma das regiões mais remotas do planeta. O lugar é conhecido pelos ventos cortantes, que chegam a 100 km/h, e pelas baixas temperaturas, de quase 30º negativos. E é justamente nesse cenário hostil e desolador que Celso Portiolli começa a apresentar, a partir do dia 12, o mais novo “reality-show” da tevê brasileira: “O Conquistador do Fim do Mundo”. Orçado em US$ 5 milhões, o projeto reúne competidores e emissoras de cinco países: Brasil, Estados Unidos, México, Chile e Equador. “Não dá nem para comparar com outros ?reality-shows? porque o formato é inédito. Os competidores não vão passar fome ou enfrentar provinhas”, explica Celso.
O formato inovador a que se refere Celso Portiolli é da Promofilm, produtora hispano-argentina, e vai ser exibido simultaneamente nos cinco países. Cada um deles escolheu um apresentador e 12 competidores, seis homens e seis mulheres, para representá-los.
“Desde os tempos do ?Passa e Repassa?, o Celso tem sua imagem associada a ginca nas de competição. As características do apresentador têm tudo a ver com o perfil do programa”, justifica a escolha o diretor Alfonso Aurin, do SBT. Quanto aos competidores, os 12 foram selecionados entre os 22 mil inscritos pela Internet. Entre as condições impostas para os candidatos a “conquistadores do fim do mundo”: nadar bem e gozar de boa saúde.
De fato, os 12 competidores vão ter de demonstrar muito preparo físico e resistência. Afinal, eles vão enfrentar, a cada semana, 12 diferentes provas, que inclui desde a travessia de lagos até a escalada demontanhas, a meta é chegar à Terra do Fogo e, assim, “conquistar o fim do mundo”. A partir da segunda, dia 7, o SBT começa a mostrar o perfil dos 12 competidores brasileiros em boletins diários de 15 minutos que vão ao ar antes do “Programa do Ratinho”. “O maior desafio vai ser despertar o sentimento de nacionalidade no público e criar uma torcida igual ao da Copa do Mundo”, espera Celso, que também intensificou os exercícios físicos. O apresentador perdeu cinco quilos de gordura e ganhou dois de massa muscular.
A “seleção brasileira” de “O Conquistador do Fim do Mundo” foi escolhida por uma comissão técnica formada pelos ex-jogadores de basquete Pampa e Paula, o iatista Lars Grael e o médico Moisés Cohen. Todos os 120 finalistas passaram por uma rigorosa bateria de testes físicos e exames médicos. “Tivemos o cuidado de selecionar os mais preparados para as provas de destreza e resistência física.
Não escolhemos marombados ou popozudas”, ressalva Aurin, que se tornou uma espécie de “Boninho do SBT”. A exemplo do diretor da Globo, responsável pelo núcleo de “reality-shows”, Alfonso também supervisiona os exemplares do gênero na emissora de Sílvio Santos. Foi ele quem montou, por exemplo, as três edições de “A Casa dos Artistas”. “?Reality-show? chegou para ficar porque um nunca é igual ao outro. Cansa-se de um, inventa-se outro” .