São Pedro quer redefinir imagem na temporada

No final do anúncio oficial da temporada do ano que vem do Teatro São Pedro, o maestro Luiz Fernando Malheiro pediu aos mais de trinta cantores líricos que lotaram o saguão do teatro na manhã dessa terça-feira, 28, que se aproximassem para fazer uma foto. A ideia deveu-se menos ao acaso e mais a uma tomada de posição clara – em seu primeiro ano como diretor artístico da casa, há um interesse claro do maestro em definir o São Pedro como um espaço dedicado à voz e ao cantor brasileiro.

Segundo Malheiro, a temporada terá 105 cantores – 99 são brasileiros e, desses, 89 foram escolhidos em audições realizadas nos últimos meses. Mas a busca por um espaço próprio no cenário nacional também se dá pela escolha de títulos. A programação de assinaturas contempla sete obras: L’Amore dei tre Re, de Montemezzi; Bodas no Monastério, de Prokofiev; Falstaff, de Verdi; Poranduba, de Villani-Côrtes; O Homem dos Crocodilos, de Arrigo Barnabé, que será apresentada ao lado de Oedipus Rex, de Stravinski; e Os Pescadores de Pérolas, de Bizet (que será exibida em versão de concerto).

“A escolha de títulos está ligada, claro, à busca de uma personalidade própria”, diz Malheiro. “Mas também tem relação com uma percepção a respeito do público.

As plateias de ópera, me parece, não são mais compostas apenas pelos fãs que conhecem de cor as principais obras. Cada vez mais há um público que vai ao teatro pela primeira vez. E, nesse sentido, importa menos o título a ser apresentado e mais a qualidade com que ele é levado ao palco. Acredito também que óperas mais próximas do nosso tempo estabelecem uma relação diferente com as plateias. Nada contra o grande repertório, que estará contemplado. Mas quisemos fazer essa aposta que, ao lado da ênfase no cantor brasileiro, está relacionada à função pública do teatro.”

Além das óperas da temporada de assinaturas (elas começam a ser vendidas no dia 1.º e, em suas diversas modalidades, podem custar de R$ 80 a R$ 280), o São Pedro criou novas séries de concertos e recitais – e, com isso, o número de espetáculos apresentados subiu para 105 (e o orçamento para programação foi de R$ 2,7 milhões para R$ 3,5 milhões). Todas elas, no entanto, terão como foco a música vocal.

O teatro terá, por exemplo, cinco concertos sinfônicos – e, em todos eles, haverá cantores solistas, como o barítono Paulo Szot e a soprano Cristina Gallardo-Domâs, regidos por maestros como Marco Boemi e Isaac Karabtchevsky. Haverá ainda uma série de recitais dedicados ao repertório de canções e uma programação com música de câmara brasileira dos séculos 20 e 21, com curadoria de Irineu Franco Perpetuo.

No universo da ópera, duas outras séries. Foram programadas três cortinas líricas, com trechos de Idomeneo, de Mozart, Guillaume Tell, de Rossini, e Os Contos de Hoffmann, de Offenbach, apresentados com orquestra. E a série Tardes de Óperas contará com excertos, acompanhados ao piano, de 15 óperas, entre elas La Traviata, Eugene Onegin, Martha, A Cidade Morta, La Boheme, Fosca, Don Pasquale, Maria Tudor, Ariadne auf Naxos e Fedora. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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