Enquanto uma jovem atriz de um grupo ligado à companhia Pombas Urbanas, de Cidade Tiradentes (bairro na periferia paulistana), falava sobre as questões de se fazer teatro longe do centro, na mesma plateia, nomes como o da pesquisadora Maria Thereza Vargas e o promotor Maurício Ribeiro Lopes opinavam e lançavam provocações aos convidados no palco. Assim foi a primeira edição do seminário São Paulo – Cena Contemporânea, organizado pela Escola Superior de Artes Célia Helena (ESCH).

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Após a abertura do evento no dia 25 de janeiro, as mesas ocorreram durante toda a semana passada, de segunda a sexta, reunindo nomes de diversos setores ligados ao teatro.

Uma das discussões mais acaloradas ocorreu na quarta-feira, 4, na mesa Quanto Custa o Teatro?, que abordou as políticas públicas de financiamento em São Paulo. O ator e diretor Hugo Possolo criticou os editais que buscam novos trabalhos, deixando de lado a ideia de continuidade, o que dificulta a assistência a grupos e obras que se encontram em processo. No mesmo debate, o ator, diretor e gestor cultural Antônio Grassi destacou que, apesar da chegada das leis de incentivo, as peças encurtaram temporadas. “Lei de incentivo virou lei de dependência, daí o descompromisso com o público e com a formação de plateia”, disse.

Presente na última noite, o arquiteto Nabil Bonduki – convidado antes de ser empossado como secretário de Cultura do município – falou sobre o conflito entre a especulação imobiliária e os teatros na mesa O Espaço e Seu Teatro, com o presidente da Cooperativa Paulista de Teatro, Rudifran Pompeu. Bonduki definiu a terra como mercadoria, frisando que existem casos de usos protegidos. Dentro do tópico, destacou a importância da regulamentação das Zonas Especiais de Proteção Cultural – Áreas de Proteção Cultural (ZEPEC-APC) como uma forma de resguardar as sedes de grupos paulistanos relevantes.

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Segundo a idealizadora do evento, Lígia Cortez, o seminário deve ter uma segunda edição no ano que vem. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.