Começa nesta sexta, 23, a Festa Literária Internacional da Mantiqueira (Flima), que acontece na cidade de Santo Antônio do Pinhal, no interior de São Paulo, até domingo, 25. O evento conta com uma programação de 80 atrações (69 delas, gratuitas), entre debates, oficinas literárias, peças de teatro, shows e intervenções artísticas.
O autor homenageado do evento será o contista e romancista mineiro Luiz Vilela, de 76 anos, que participará de uma conversa com Daniel Benevides amanhã, às 21h. Hoje, às 21h30, o espetáculo Chuva, composto de cinco esquetes baseados em contos dele, apresentados pela Companhia Tábula Rasa, com direção de Felipe Vasconcelos.
A abertura do evento, às 15h30, consistirá em uma mesa com entrada gratuita sobre a crise das grandes livrarias, com Pedro Almeida, curador do Prêmio Jabuti; Cassiano Elek Machado, diretor editorial do Grupo Planeta; Raquel Menezes, presidente da Libre; e Leonardo Neto, editor do site PublishNews. A programação principal ocorre no Auditório da cidade e oferece debates com ingressos que custam R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia).
Uma mesa sobre biografias tem a presença de Josélia Aguiar, diretora da Biblioteca Mário de Andrade e biógrafa de Jorge Amado, conversando com Mário Magalhães, autor da biografia de Marighella que inspirou o filme sobre o guerrilheiro dirigido por Wagner Moura.
No sábado, dois eventos homenageiam a obra da escritora Ana Maria Machado, por seus 50 anos de carreira, e de Luiz Ruffato. Outra mesa conta com a participação de jovens autores que despontam como vozes da autoficção, como os brasileiros Aline Bei (vencedora do Prêmio São Paulo de Literatura de 2018 com O Peso do Pássaro Morto) e Tiago Ferro (autor de O Pai da Menina Morta), a uruguaia Gabriela Aguerre (de O Quarto Branco) e a cubana Idalia Morejón Arnaiz (de Cuaderno de Vías Paralelas).
Temas para além da literatura também serão abordados ao longo do evento. Uma mesa sobre cinema e quadrinhos traz Caco Galhardo, Marcos DeBrito e Paulo Garfunkel. Já a democracia será abordada em uma conversa entre a historiadora Lilia Moritz Schwarcz (de Sobre o Autoritarismo Brasileiro) e o jornalista Bruno Paes Manso (coautor de A Guerra: a Ascensão do PCC e o Mundo do Crime no Brasil).
Além da programação principal, a Flima terá eventos paralelos durante todo o fim de semana, como a Fli+, que oferece 23 oficinas, palestras e debates gratuitos sobre autopublicação, quadrinhos, teatro, poesia, ciência, artes visuais, romances históricos e jornalismo literário.
O Espaço Mantiqueira será palco de apresentações musicais; a Praça conta com dez shows e peças de teatro; a Fliminha oferece contação de histórias, leitura e atividades infantis; e a Flimambiental conta com intervenções artísticas e iniciativas ambientais.
“A Flima surgiu para preencher a lacuna deixada com o repentino fim do festival que aconteceu por 8 anos em São Francisco Xavier”, afirma o idealizador do evento, Roberto Guimarães, ao Estado, referindo-se ao Festival da Mantiqueira, descontinuado pelo governo do Estado em 2016. “Como ainda não temos patrocínio de empresas nem utilizamos leis de incentivo, o evento é viabilizado com trabalho voluntário e a contribuição financeira de dezenas de pessoas.”
Para organizar a Flima 2019, Guimarães levantou R$ 20 mil por meio de um financiamento coletivo. Desde que a iniciativa voltou a acontecer, ele diz que “novos eventos surgiram na região e outros devem ser anunciados nos próximos meses e isso é muito positivo, pois o mais importante é fortalecer a cena literária como um todo.”
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.