Sandy: o terror psicológico foi o que mais me atraiu

“Pense bem, Sandy, esta figura tão angelical, neste filme, faz coisas bem sombrias. Só por esta estranheza, já vale a pena. Vai contra todo o imaginário fofo que temos dela”, disse um espectador ao sair da sessão de pré-estreia de Quando Eu Era Vivo, esta semana. “Realmente, eu não sou nem um pouco óbvia no filme. Todo mundo, quando pensa no nome Sandy, pensa em algo pop. O fato de este ser um filme alternativo, e de terror psicológico, foi uma das coisas que mais me atraíram no projeto”, disse a atriz, grávida de quatro meses, em conversa com o jornal O Estado de S.Paulo.

No entanto, é exatamente o fato de não ser, a priori, uma escolha óbvia para o papel de Bruna, uma estudante de música que se envolve em questões macabras da vida de Sênior (Antonio Fagundes), de quem aluga um quarto e de seu filho Júnior (Marat Descartes), que volta a morar com o pai após se separar e perder o emprego, que torna a escolha de Sandy uma decisão acertada.

“Eu gosto de traçar caminhos diferentes, brincar com os limites. E de explorar minha versatilidade, minha capacidade. Não sei se fiz um ótimo trabalho, mas me dediquei ao máximo para fazer o que me foi pedido. Conforme forem aparecendo esses tipos de coisas, vou sempre pensar em aceitar”, diz a cantora e atriz esporádica, que é cinéfila declarada e adora filmes de terror. “Não o explícito, mas o thriller psicológico”, disse ela, que, para se preparar para o papel, viu, por indicação do diretor Marco Dutra, O Bebê de Rosemary, de Roman Polanski. “Nunca tinha assistido. Amei. Virou um de meus preferidos.”

De Polanski, a propósito, mais que em Rosemary, vêem-se referências a O Inquilino na atmosfera claustrofóbica em que os personagens se confinam. “Essas referências são importantes. Marco conseguiu, sendo original, sem copiar, manter a referência acesa”, analisa Sandy, que compartilha com sua personagem a paixão pela música.

“Não acho a Bruna parecida comigo. Há pontos de contato, claro, mas ela é muito diferente. E seu universo é outro, mas nós duas somos músicas, cantamos”, conta.

“O Marco precisava de uma atriz que cantasse. E, para mim, foi muito bom poder fazer um papel de alguém ligado à música, arte tão próxima do público.”

É exatamente a música também o elo entre Bruna e Júnior. “Ela entra, sem perceber, na vida de Júnior depois que ele se aproxima dela pelo caminho da música. E passa até a substituir a presença do irmão, que está em um hospício. A relação deles não é sensual, mas fraterna. No começo não está disposta a se envolver com aquela família. É esta virada uma das coisas de que mais gosto nela.”

A tensão sexual entre Júnior e Bruna, no entanto, existe, mas não incomoda Sandy. “No começo, ele está atraído por ela. Afinal, é homem. Ela é uma mocinha. Mas depois outros assuntos se tornam mais importantes”, diz Sandy, que vê em seu papel de ajudar a construir uma ponte entre pai e filho, a grande chave para o filme. “Por mais que haja o elemento sinistro, há doçura no reencontro entre os dois. Ele está se reconectando com o pai. E isso tem sua beleza”, acrescenta. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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