Se a primeira edição já foi uma verdadeira mistura de ritmos, o segundo ano do Festival Coolritiba fez com que ainda mais estilos musicais se encontrassem na Pedreira Paulo Leminski. Dessa vez, mais de 10 mil pessoas aproveitaram os shows, que foram até o começo da madrugada do último sábado (5). Se a ideia principal era trazer cultura e ensinar um pouco sobre sustentabilidade, a tarefa foi cumprida com êxito e, mais uma vez, os curitibanos deram exemplo.

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Foto: Lucas Sarzi.

No palco principal, entre os nomes mais aguardados do festival estava a banda Francisco El Hombre. Os jovens músicos mostraram um pouco de seu trabalho num show que começou pontualmente às 14h, como estava programado. Aos poucos, o público que ia chegando já começava a aproveitar o dia de muita música. O grupo teve espaço para tocar até mesmo uma música inédita, Loucura, que fechou o show pra lá de animado para abrir bem o festival.

Do outro lado, no palco Arnica, um pouco mais tarde, outra banda que fez com que as pessoas ficassem todas unidas num grito só foi Scalene. Os rapazes do rock que conquistaram o Brasil depois do Superstar, da Rede Globo, mostraram que conseguiram conquistar seu espaço fora da rede televisiva. Ali, no mesmo palco, também se apresentaram nomes como Rincon Sapiência e os meninos da banda O Terno, outros dois shows também muito aguardados. Veja a entrevista com o pessoal da Francisco El Hombre e com dois integrantes da Scalene:

De volta ao palco principal, a banda Nação Zumbi continuou a esquentar o público para tudo o que ainda estava por vir.  A banda recebeu o carioca Black Alien, ex-Planet Hemp, como convidado especial. Com um estilo completamente diferente de Francisco El Hombre, a banda de Chico Science fez um show mais linear, sem muita emoção, mas ainda assim fez com que os fãs cantassem do começo ao fim.

Trio de peso

O fim da tarde começou com um dos shows mais esperados da segunda edição do Coolritiba: Emicida. Com seu estilo único, o rapper trouxe suas letras carregadas de história para o palco principal da Pedreira Paulo Leminski. Com um discurso político, o cantor se posicionou contrário à prisão do ex-presidente Lula e também fez um depoimento que lhe rendeu muitos aplausos: “Quando vim a Curitiba pela primeira vez, apenas 50 pessoas participaram do meu show. Apesar disso, eu não desisti e é isso que incentivo às pessoas, que não desistam de seus sonhos, lutem por eles”.

Momento ápice do show não poderia ser diferente se não o da participação de Pitty, que tocou duas músicas, entre elas Máscara, sucesso de 2003 e que foi uma das músicas mais tocadas da baiana. Depois da cantora, o show de Emicida ainda teve a participação ovacionada de Mano Brown, líder do Racionais MC, que também teve seu momento de discurso político pró-Lula. O trio de peso era realmente um dos mais esperados do festival, que seguiu com a apresentação da banda de reggae Maneva com um som mais leve.

Foto: Lucas Sarzi.
Foto: Lucas Sarzi.

Show inédito

Mesmo com tanta música e com tamanhas opções, parecia que o público ainda esperava por algo. Certamente era pela chegada de Anavitória, o duo mais fofo do país e que, com suas vozes doces, conquistam cada vez mais fãs. O show até seria parecido com o que as meninas trouxeram no ano passado ao festival, se não fosse a intervenção pra lá de especial de Sandy e de outro duo, a OutroEu.

Foto: Lucas Sarzi.

Em entrevista antes de subirem juntos ao palco, todos comentaram que estavam ansiosos pelo momento e que seria único. “Acho que já é diferente de misturar a gente que vai tocar junto e também com todos os artistas que se apresentaram”, considerou Vitória Falcão. “É uma responsa maior de pensar que tem um monte de artista diferente”, avaliou Sandy.

Parceria inédita nos palcos, os três nomes ainda não tinham se apresentado juntos, embora Sandy, por exemplo, já tenha parceria gravada com OutroEu. “É muita responsa. Nervosismo, mas ficamos todos muito animados com essa mistura linda”, avaliaram os duos.

E se mistura era o que os cinco queriam fazer, conseguiram. Anavitória deixaram OutroEu e Sandy bem à vontade para fazer do palco da Pedreira Paulo Leminski o palco deles. Sandy foi a cantora mais aplaudida da segunda edição do festival e o momento marcante da apresentação foi quando as meninas cantaram, com a irmã de Júnior Lima, Quando Você Passa (Turu-Turu). Juntos, os três nomes subiram ao palco para finalizar o show com Dê um Rolê, dos Novos Baianos, e surpreenderam o público com a música. Veja o resumo do show e a entrevista com eles:

Tudo dela

Foto: Lucas Sarzi.

Os shows da segunda edição do Festival Coolritiba misturaram bem os ritmos e fizeram com que o próprio público por muitas vezes se renovasse, escolhendo qual apresentação assistir. Embora todas as outras incríveis apresentações, o destaque ficou mesmo com Isabela Lima ou simplesmente IZA. Com tão pouco tempo de carreira, mas trazendo uma desenvoltura única e uma potência vocal digna de cantoras americanas, a jovem, de 27 anos, impressionou. Sem muita equipe, mas com uma estrutura completa, a presença de palco de IZA fez de sua passagem pelo palco da Pedreira Paulo Leminski lhe rendesse o título de melhor show da noite.

Antes de agitar os fãs, a cantora do Rio de Janeiro disse que estava nervosíssima com a oportunidade. “Estou desesperada, mas muito feliz, muito animada com essa quantidade de artista legal junto. Já estive em Curitiba antes, mas não nesse palco gigante, e estar num festival é ainda mais especial pelo clima em si e pela troca que existe”, comentou ela que, esbanjando humildade, disse se inspirar em sua mãe e em todas as cantoras, como Anitta e Ludmilla, que têm conquistado cada vez mais seu espaço. Veja o resumo do show e a entrevista completa com a carioca:

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Ideia consolidada

A noite encerrou com a presença marcante do grupo Baiana System e nem parecia que o show acabaria, de tão bom. Pode se dizer que o festival, mais uma vez, cumpriu sua meta: além de toda a atitude sustentável, mantendo a ideia de água de graça durante todo o evento, os curitibanos novamente puderam trocar experiências, energias e dividir espaço com as mais distantes diferenças. Até mesmo politicamente, várias opiniões diferentes ficaram juntas e sem atritos.

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O que parece é que o curitibano comprou a ideia do Coolritiba. E se na primeira edição havia a promessa de um BIS, fica a esperança de que no ano que vem novos artistas possam pisar no palco da Pedreira para sentir a mesma emoção da troca de energia com o público. Nós, pelo menos, esperamos por isso, pois só tem a somar à cultura de Curitiba.

Foto: Lucas Sarzi.
Foto: Lucas Sarzi.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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