Sandy e Junior estrelam aventura apocalíptica

São Paulo – A partir de hoje, os irmãos prodígios Sandy & Junior dão a cara para bater em Acquaria, o maior lançamento da história do cinema brasileiro, que estréia ocupando nada menos que 320 salas em todo o território nacional. A direção é de Flávia Moraes, e o roteiro (aprovado depois de seis versões) leva a assinatura de Cláudio Galperin.

“Nas primeiras versões, ou a história tinha mais aventura (que interessava ao Junior), ou era mais poética, que me agradava mais”, conta Sandy. “Não queríamos interpretar nós mesmos, mas viver outras pessoas. Daí o fato de a minha personagem ser tanto vilã como uma mocinha boazinha.”

A cantora vive Sarah, garota que é descoberta desacordada por Kim (Junior). A história se passa no futuro, quando o mundo se transformou em um imenso deserto, e a água se tornou um dos bens mais raros e preciosos. Ela passa a viver com o rapaz, que divide a casa com Gaspar (Emílio Orciollo Netto), ex-auxiliar do pai de Kim, e o menino Guili (Igor Rudolf). Juntos, eles aprimoram uma máquina que busca água no meio do deserto. O objeto foi criado pelo pai de Kim, Bártók (Alexandre Borges), assassinado ao lado da mulher, Nara (Júlia Lemmertz), anos antes.

Ao mesmo tempo em que prega a união familiar (ao longo da história, o espectador vai descobrir detalhes do passado de Kim e Sarah), o filme faz um alerta sobre a importância da água. “Mas não quisemos fazer algo panfletário”, conta Junior. “Tanto que esse não é o ponto principal da história”.

Cantoria

Para não decepcionar os fãs, Sandy e Junior também cantam, mas a música não chega a prejudicar o andamento do enredo. “Não queríamos fazer como nos musicais americanos dos anos 50, em que a história pára quando um ator começa a cantar”, conta o roteirista Cláudio Galperin que, junto de Flávia Moraes, criou uma nova sociedade para ambientar a história. “Como o atual cinema brasileiro é marcado por obras naturalistas, decidimos fazer um filme fantástico, gênero pouco explorado por aqui”, conta a diretora.

Credibilidade

Assim, para conferir credibilidade, Acquaria foi submetido a uma bateria de efeitos especiais, consumindo boa parte do orçamento de R$ 10 milhões. “Houve também todo um cuidado cenográfico, em que objetos foram criados de acordo com a necessidade da história”, observa Flávia. “Era fundamental que a mitologia inventada no filme fosse de uma identidade visual a um só tempo fabulosa e realista.”

A diretora nega que se inspirou em filmes futuristas, como Mad Max, na concepção de Acquaria, buscando referências nos quadrinhos de Moebius e Enki Bilal. “Trata-se de um futuro retrô”, conceitua Junior, que não aceitou participar do filme americano Lizzie Maguire – Um Sonho Popstar (que estréia em março, em São Paulo) para se dedicar ao projeto. “Eu faria um italiano, mas já estava interessado no nosso filme.”

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