Salomé, de Oscar Wilde, estréia hoje

Edson Bueno está insone nas últimas semanas. Os detalhes da peça Salomé: um sonho de Oscar Wilde, que estréia hoje, às 20h, no Espaço Cultural Falec, tem tomado todos os minutos dos dias do diretor. Além de dirigir, ele também é um dos personagens desta montagem do Grupo Delírio Cia. de Teatro. O texto foi escrito por ele com base em algumas biografias de Oscar Wilde e, principalmente, na biografia escrita por Richard Ellman. ?Este texto, em especial, é apaixonante e apaixonado. E de resto, palavras minhas que costuram textos emprestados do próprio Wilde, principalmente os aforismos espalhados pela sua obra. Mas os personagens são fictícios?, fala.

Salomé: um sonho de Oscar Wilde será a 56.ª montagem teatral da carreira de Edson Bueno. ?Muita coisa aconteceu até 1892 quando Wilde conheceu Sarah Bernhardt e, juntos, iniciaram o projeto de levar Salomé aos palcos, interpretada por ela, aos 51 anos. Em rápidas palavras, este é o fato histórico. Mas não é o que veremos na encenação desta montagem que estréia hoje.

Segundo ele, foram dois tempos de criação para este texto. O que se forma na imaginação ao longo do tempo em que se lê toda a obra de Oscar Wilde e também sua biografia. Edson conta que teve as primeiras idéias para o texto desta montagem desde que leu a biografia escrita pelo Ellman, há 10 anos. Com todos os ingredientes na cabeça ficou fácil escrever. ?Quando sentei para escrever e mandei bala, escrevi em um mês?, disse.

O olhar atento do diretor ressaltou o artista (Wilde, interpretado pelo ator Áldice Lopes) e também o homem, no social e no pessoal. Em uma hora e meia de espetáculo, Bueno coloca o seu protagonista falando da paixão pela arte e no significado dela para a sociedade. ?A sua importância, o seu sentido libertário, o homem com suas vaidades, seu ego, suas perversões, suas fragilidades e também seu amor, seus medos, seus rompantes?, comenta. ?É importante destacar que o meu texto não é a encenação de Salomé, mas uma ficção sobre a história de sua concepção por Oscar Wilde.?

O cenário, de Fernando Marés, dá muitas possibilidades. É quase um espaço neutro onde todos os acontecimentos são possíveis com aberturas para as diversas nuances que os atores colocam em cena. O figurino é de época, fim do século 19, assinado pelo estilista Silmar Alves. E a luz é criação de beto Bruel, vencedor de dois prêmios Shell. Oscar Wilde faz parte da história do grupo Delírio desde a sua criação. A primeira produção profissional do Grupo foi em 1986, com a adaptação do conto O pescador e sua alma, de Oscar Wilde, que se chamou A sedução. Por este trabalho, o grupo ganhou o Troféu Gralha Azul de Melhor Cenário (Fernando Marés) e Áldice Lopes foi indicado como Ator Revelação.

?Não temam, o final é feliz, porque se trata de pura ficção! Aí também segui uma definição de Wilde: ?os bons terminam bem, os maus terminam mau. A isso se dá o nome de ficção!?.

Serviço:

Salomé: um sonho de Oscar Wilde, no Espaço Cultural Falec, Rua Mateus Leme, 990 (duas quadras do Shopping Mueller). De quarta a domingo às 20h. Ingressos: R$ 14,00 e R$ 7,00. 

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