Sem as curvas à mostra, como de costume, Sabrina Sato anunciou a estreia de seu novo programa, marcada para este sábado (26) às 20h30, na Record, em um figurino comportado. A apresentadora, porém, conta que a ida para a emissora do bispo Edir Macedo não a deixou apreensiva com possíveis censuras e avisa que não vai haver interferência em seu jeito. Tampouco nas saias curtas.
“A gente, que está no meio, sabe que não há interferência no lado artístico. Talvez o público pense assim. Eles deixam a gente livre. Se me procuraram, me conhecem. É o pacote todo. Sou brincalhona, mas sou família. Não sou porra-louca”, justifica ela, que levou para sua equipe o roteirista chamado Pastor, com quem trabalhou no Pânico, na RedeTV! e na Band.
A paulista de 33 anos foi recebida pela alta cúpula do canal para debater as ideias do Programa da Sabrina. “É a primeira vez que me tratam como adulta. Eles escutam, querem saber o que você pensa, confiam no que quero e sinto”, descreve.
Ela, entretanto, evita dizer que não tinha o mesmo tratamento no emprego anterior, em que criou desafetos ao assinar o contrato com a Record.
“Eu era ouvida no Pânico, mas é diferente. A gente não tinha acesso à direção artística”, minimiza. Sabrina afirma não ter brigado com ninguém do humorístico da Band. “Ninguém cortou relações. Tenho carinho grande pela maioria. Eu não fiz nada de errado, estava na hora (de sair). Eu não podia ficar acomodada, tinha de buscar meu caminho, realizar meus sonhos. Eu sinto saudade dos amigos, do Emílio (Surita, líder do grupo). Depois tudo se resolve.”
Para ela, estar à frente do próprio projeto tem relação direta com o dia a dia. “Trabalhar em grupo é bacana, mas eu me anulava. Deixei de fazer coisas da minha vida pessoal por causa do Pânico. É bom ter um tempo para você. Hoje, posso casar, ter filhos. Agora, sou dona da minha vida, sabe? Isso é muito legal”, disse ao jornal O Estado de S.Paulo.
Preparo
Além do desafio de mostrar que é capaz de comandar uma atração sozinha, Sabrina ficará duas horas e meia no ar. Apesar de competir com o Jornal Nacional e a novela das 9, ela não teme a batalha no ibope. “Não tem a ver uma coisa com a outra. O meu é um programa de auditório, o único nesse horário.” A apresentadora havia sido recrutada pela Record para, a princípio, comandar a faixa dos domingos das 11 h às 15 h, hoje ocupada pelo Domingo Show, de Geraldo Luís. “Acho difícil começar em um dia competitivo como o domingo. Além de um público novo, precisaria ter conteúdo”, alega.
No Programa da Sabrina, ela receberá cantores no palco e estará à frente do Meu Marido é o Cara, uma competição entre casais pelo prêmio de R$ 5 mil. No formato, criado pela Fremantle – mesma produtora do Ídolos, mulheres terão de testar as habilidades de seus maridos em diferentes provas. Como o espaço na sede da emissora, na Barra Funda, é pequeno, o quadro é gravado em um estúdio de 1 mil² em Paulínia, que reproduz o cenário de São Paulo.
Na estreia, será exibida uma entrevista com o humorista Tom Cavalcante, gravada em Los Angeles. Entre os quadros externos, está o Sabrina Esteve Aqui, em que ela visita um estabelecimento de pequeno porte, como um salão de beleza ou açougue, e grava um comercial de 30 segundos para aumentar o movimento no local.
Apesar da publicidade gratuita para anônimos, Sabrina fatura bastante com 20 marcas às quais empresta a cara para anúncios. Dessas, dez são de produtos licenciados, como bolsas, calçados e maquiagem. Mesmo tendo construído a carreira em emissoras menores, ultrapassou o status de protagonista de novela para a publicidade e pode receber um cachê de cerca de R$ 800 mil para atrelar seu rosto a um produto.
“Tudo o que aconteceu foi espontâneo. A gente nunca programou nada, não fez planejamento. Não tenho um segredo para isso. Mas não tenho resposta, estou tentando enrolar você, n&at,ilde;o sei explicar. Eu faço (anúncios) o que eu acredito, de produtos que uso. No agenciamento, interfiro em tudo, sou palpiteira”, conta ela, que delega os negócios para os irmãos, Karin e Karina.
Além de ser figura fácil nos intervalos, Sabrina Sato é vista com frequência em sites e revistas de celebridades. Ela é conhecida por não criar obstáculos ao falar sobre a vida íntima. “Tenho amigos cujos empresários e assessores de imprensa pedem para eles não fazerem tal coisa ou não atenderem tal pessoa. Se você ficar ouvindo todo mundo, esquece como você é. Ouvir a opinião dos outros é bacana, mas só você é quem sabe o que é bom para você. Minha irmã confia em mim, eu dou entrevista sozinha.”
Nem o namoro com João Vicente de Castro, um dos integrantes do Porta dos Fundos, a apresentadora faz questão de esconder. “Um dia, eu estava deitada com ele e uma jornalista mandou uma mensagem, perguntando se a gente tinha terminado porque não via mais fotos nossas na internet. Aí, tirei uma foto dele, que estava na minha frente, e mandei”, revela.
A vontade de estar em evidência vem de antes de entrar para o Big Brother Brasil, do qual foi eliminada. Ela já havia sido bailarina do Domingão do Faustão e até figurante no extinto Linha Direta. “Eu sempre queria ser parente da vítima, que era para aparecer mais”, relembra entre gargalhadas, que costumam pontuar suas frases.
Os risos em excesso, aliás, estão passando por uma correção. Para ficar mais controlada no vídeo e reduzir a velocidade com que fala, Sabrina tem feito sessões de fonoaudiologia e teve encontros com a equipe da preparadora de elenco Fátima Toledo, conhecida por arrancar emoções profundas até de não atores. “Foi tranquilo, saí de lá mais segura”, disfarça ela, que, por contrato, não pode revelar por qual método passou.
Nas próximas semanas, a humorista será vista nos cinemas em A Grande Vitória, em que faz par romântico com Caio Castro. “Não é filme de humor, é uma história de vida. Ela não descarta atuar em um vídeo do Porta dos Fundos. “Logo mais, a gente faz alguma coisa.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.