O projeto de gravar um disco sem o parceiro Guarabyra começou em 1999, mas Sá foi adiando graças aos compromissos com a dupla. Ele já havia gravado sozinho trilhas de novela, mas nunca um trabalho solo. “Iniciei este álbum há quase dez anos, em 1999. Assim que terminarmos a gravação de 45, vou para o Rio concluí-lo. Analisando as músicas que já gravei, vejo que continuam super atuais”, explica Sá.
Segundo ele, o título do álbum, Solo e Bem Acompanhado, reflete o espírito colaborativo do artista e vai trazer canções compostas em parcerias com vários colegas – entre eles, claro, Guarabyra -, além de uma inédita com Torquato Neto (1944-1972). A maioria, porém, é de sua própria autoria.
Indagado sobre a opinião de Guarabyra sobre o disco solo, Sá brinca. “Ele não viu nada ainda, mas já lançou um álbum solo, Lembranças do Futuro, e gostou”.
Sá considera o início de sua carreira em 1966, quando Pery Ribeiro (1937-2012) gravou sua música Giramundo. Também foi o ano em que primeiro faturou como músico. “Foi meu ano zero como profissional, a sensação inebriante de ter uma canção própria gravada por um artista, e de ganhar dinheiro com isso, pois, em 1966, participei de um espetáculo montado pelo Teatro Opinião chamado Samba Pede Passagem, no qual subi pela primeira vez em um palco como músico e como cantor”, recorda.
Mas, por conta do AI-5, em 1968, Sá desistiu temporariamente da carreira e trabalhou como jornalista. “Foi uma fase muito instável, pois sempre fui combativo, mas era sistematicamente censurado”, lembra ele, que chegou a ter uma coluna de música no jornal Correio da Manhã.