O trio canadense: técnica, sentimento e pirotecnia em três horas de show. |
Chegou a hora. É difícil acreditar, mas as pessoas que estiverem em Porto Alegre e forem hoje à noite ao Estádio Olímpico, vão ter o privilégio de ver, ao vivo e em (muitas) cores, pela primeira vez abaixo do Equador, o Rush.
É, o Rush mesmo, o trio canadense formado pelo legendário baterista Neil Peart (aquele que seria capaz de segurar uma moeda na parede “rufando” com suas baquetas), mais o baixista-tecladista-vocalista Geddy Lee e o guitarrista Alex Lifeson. A última grande banda do rock progressivo, “os caras da música do McGyver (“Tom Sawyer”)”, estão no Brasil. Trazidos pelo Festival Kaiser Music, na sexta eles ainda se apresentam no Morumbi, e no sábado, no Maracanã. Curitiba, mais uma vez, foi solenemente ignorada.
A bordo da turnê “Vapor Trails”, a banda decidiu percorrer lugares nunca visitados em seus 33 anos de estrada, como América Latina, parte da Europa e Ásia. Em outubro, na Cidade do México, 50 mil pessoas foram assisti-los no estádio Fóro del Sol. Em entrevista coletiva a jornalistas mexicanos, Geddy Lee justificou: “Creio que foi um erro (ter deixado de passar pela Ásia, Europa e América Latina), mas era um sacrifício para que pudéssemos ficar mais tempo com as nossas famílias”.
E o Rush aparece revigorado com o recém-lançado “Vapor Trails”, uma espécie de ressurreição depois de 5 anos de coma: em 1997, o baterista e letrista Neil Peart desceu ao inferno – perdeu a filha Selena em um acidente automobilístico, e dez meses depois, a esposa Jackie, vítima de câncer. Nesse momento o futuro do Rush parecia ameaçado.
Mas Peart foi curar as feridas na estrada: pegou sua moto BMW, atravessou o Canadá de ponta a ponta, passou pelo Alasca, pela costa oeste dos Estados Unidos, chegando ao México e a Belize. Foram 90 mil quilômetros em pouco mais de um ano, que deram origem ao livro “Ghost Rider – Travels on the Healing Road” e a várias letras novas. Assim nasceu “Vapor Trails”, o disco e a turnê.
Quem já ouviu o novo disco, garante que eles voltaram (com o perdão do trocadilho) a todo vapor. “É um disco sobre voltar à vida”, costuma definir Geddy Lee. Os fãs, e todos os admiradores do rock perfeccionista, extremamente técnico e bem tocado, agradecem.
Enfim, o show é imperdível – em que pese o valor salgado dos ingressos, que podem chegar a R$ 350 em São Paulo. Estão previstas cerca de 28 músicas, que vão cobrir 14 dos 17 álbuns de estúdio lançados pela banda em três horas. Prepare-se para um espetáculo grandioso, com muita emoção, virtuosismo e pirotecnia.
Três horas de perfeição
O site Dynamite (dynamite.com.br) apurou as músicas que o Rush deve tocar no Brasil:
Tom Sawyer
Distant Early Warning
New World Man
Roll the Bones
Earthshine
YYZ
The Pass
Bravado
The Big Money
Between Sun and Moon
Vital Signs
Natural Science
One Little Victory
Driven
Ceiling Unlimited
Secret Touch
Dreamline
Red Sector A
Leave That Thing Alone
The Rhythm Method
Resist (versão acústica)
2112 (somente Overture e Temples of Syrinx)
Limelight
La Villa Strangiato
Spirit of Radio
(Bis):
By-Tor & the Snow Dog
Cygnus X-1
Working Man