Ana Clara Werneck
Chris Couto: ?Tenho mais saudade de entrevistar do que propriamente de apresentar?.

Em Eterna magia, Chris Couto dá vida a Eglantina, a assistente supereficiente de Nina, vivida por Maria Flor. Assim como as outras mulheres de Serranias, Eglantina sofre com a falta de um namorado. ?Todas disputam os homens disponíveis. Já fizeram até uma novena a Santo Antônio. É legal ser parte do núcleo cômico?, conta, aos risos. Apesar de fazer teatro desde os anos 80s, Chris ficou mais conhecida pelo Cine MTV, programa de cinema nesta emissora, à frente do qual ficou por nove anos. ?Antes disso, só gostava de filmes de arte. Na MTV, fui jogada no mundo pop. Hoje, quando entra no cinema o novo Homem-Aranha, corro para assistir?, confessa.  

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Em 2001, foi convidada para voltar às novelas na pele da tcheca Lena, em Um anjo caiu do céu. Na época, não disfarça que sentiu-se cobrada. ?A imprensa achou que era minha primeira novela. Que eu tinha desistido de ser VJ para ser atriz?, conta ela, que estreou na tevê em 1980, como a Soninha de Baila comigo.

P – Eterna magia se passa nos anos 40s. Antes dela, você ficou por três temporadas em Malhação. Qual a diferença entre fazer papéis contemporâneos e de época?

R – Antes de Eterna magia, estive em Helena, em 1987, outra novela de época, na qual interpretava a Felicidade. Adoro tramas deste tipo, porque é uma oportunidade de usar vestidinhos fofos, broches. É aí que você entra na personagem, dá até uma postura diferente. Fora dos sets, tenho um visual totalmente urbano. Por outro lado, acho que tenho um jeitinho clássico, de época, por causa da ascendência européia. Depois de tantos anos marcada pelo contato com os jovens por causa da MTV e de Malhação, está sendo uma experiência maravilhosa.

P – Você saiu da MTV há sete anos. O público ainda liga sua imagem à apresentação do Cine MTV?

R – Antes de ser convidada para apresentar o programa, fazia teatro há muito tempo e já tinha atuado em quatro novelas. Na época, era da Companhia Tapa, no Rio de Janeiro. Mas só quando fui para a MTV passei a ser reconhecida nas ruas. Quando fiz um teste com o Zeca Camargo, nem sabia o que era MTV, mas aceitei o trabalho. Era o início da emissora. Nos nove anos em que fiquei lá, lutei para dar ao programa uma identidade própria.

P – E por que resolveu sair?

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R – Quando entrei, em 1991, já tinha 31 anos. Isso já era uma coisa difícil, entrar na MTV com mais de 30. Com o tempo, senti que estavam querendo acabar com o jornalismo, me achava mal-aproveitada. Fui chamada para o Vídeo Show e achei que era uma boa hora. Foi uma forma de continuar o que eu já fazia. Tinha a sensação de que a cada vez eu estaria fazendo menos na MTV, que estava ficando adolescente demais. A informação estava perdendo o prestígio por lá. Não sei se continua assim, hoje assisto muito pouco.

P – Em Malhação, você teve muita resposta do público também…

R – É verdade. Tenho um relacionamento superbacana com os jovens. Tenho um espírito maternal, mas que é também jovial. Tem histórias ótimas desse período. Nas ruas, havia pais que me diziam que aprendiam com a novela de que maneira conversar com os filhos, essas coisas. E ainda tinham as pessoas que me faziam perguntas de inglês, já que a Beth era professora da matéria!

P – A atuação é um caminho sem volta ou você sente falta de atuar como apresentadora?

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R – Tenho mais saudade de fazer as matérias, entrevistar, do que propriamente de apresentar. Mas não queria deixar de ser atriz. Gosto de cinema, televisão e teatro. Na época que saí do Vídeo Show, havia o programa especial de sábado. Pedi para conciliar com Um anjo caiu do céu, mas acabou não rolando. Talvez dê certo mais para frente.